quinta-feira, 31 de março, 2016

Cães, gatos e até coelhos 'desestressam' com serviços e produtos cinco estrelas

O segundo maior mercado do mundo, perdendo apenas para os EUA. Com uma população estimada em 132,4 milhões de animais de estimação, dos quais 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento pet vai de vento em popa no Brasil. Considerados legítimos integrantes da família na maioria dos lares, os peludinhos geraram, no ano passado, negócios da ordem de R$ 17,9 bilhões, entre produtos e serviços, segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), em um nicho que, a despeito da crise, cresceu 7,4% nominais sobre 2014 e ainda tem muito para se expandir, a julgar as previsões dos consultores. Resultado da afinidade entre o homem e o seu amigo de quatro patas, 38,2 milhões de mercadorias foram comercializadas somente entre janeiro e maio de 2015, de acordo com o Instituto Pet Brasil, encorajando cada vez mais a oferta de artigos novos e diferenciados. Acompanhando essa verdadeira febre, o franchising no segmento pet também registra excelente desempenho, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Entre 2014 e 2015, o número de redes passou de 2.942 para 3.073, aumento de 4,5%, e duas novas operações entraram no mercado. Em termos de unidades, houve crescimento de 125.641 para 138.343, numa variação de 10,1%. "O setor é a bola da vez no Brasil e segue uma tendência mundial. Trata-se de um mercado maduro, que certamente vai disparar e representa, a curto e médio prazo, uma ótima oportunidade de investimentos", explica Beto Filho, presidente da ABF-Rio. Para embasar sua sugestão aos empreendedores em busca de um bom negócio, ele lembra que a indústria de franquias voltou a cravar, este ano, crescimento de quase 8%, mesmo diante do atual cenário de turbulência econômica, e que "pelo menos 65% da população brasileira tem um bicho de estimação". Longe de se limitar à venda de rações e serviços de banho e tosa, o mercado pet nacional prima pela inovação e criatividade. Regularmente, negócios curiosos, impensáveis, são abertos, testemunhando a verdadeira 'humanização' dos bichinhos de estimação no país. Um exemplo é a rede Seu PET com Sobrenome, criada pelo franqueador Flávio Lopes. Mediante investimento de R$ 2.500,00, mais R$ 500,00 de taxa de material gráfico e a possibilidade de adquirir um quiosque de madeira desmontável por outros R$ 1.000,00, ele sugere comercializar pela internet registros em cartório para cães e gatos. "O franqueado vende certidões de nascimento, de batizado, de casamento, de óbito e testamentos que ele mesmo preenche on-line e depois despacha para um banco de dados para que possamos fazer o registro em cartório", explica Lopes, calculando terem sido emitidas, até agora, cerca de 40 mil certificações nas 200 franquias constituídas em todo o país. Segundo ele, à exceção do testamento, mais caro, o preço acessível dos documentos - R$ 30,00 a certidão impressa em casa e R$ 90,00 aquela que é despachada por Sedex em carteira de couro - garante ao franqueado a produção de registros em grande quantidade e ao franqueador "a perspectiva de conseguir a adesão de mais 200 interessados até o final do ano". Outro modelo de negócio que ilustra o senso de oportunidade do empreendedor é o que oferece o paranaense Felipe Grecco Sass, dono da rede Laundry Pet®, especializada na limpeza, higienização e desinfecção de camas, cobertores, roupas e brinquedos de animais de estimação e toalhas utilizadas em clínicas veterinárias e pet shops de Curitiba. Com investimento inicial mínimo de R$ 130 mil, mais taxa de franquia de R$ 30 mil e capital de giro em torno de outros R$ 20 mil, Sass projeta um faturamento mensal médio de R$ 15 mil em 18 meses e estima poder chegar a 22 lavanderias de acessórios animais em dois anos. Ele planeja estender a Laundry Pet® ao interior do Estado, São Paulo e Santa Catarina. Comportamento compulsivo? Ansiedade, traumas? Quem aposta na valorização dos negócios envolvendo a psicologia animal pode pegar carona na fama conquistada pelo veterinário Alexandre Rossi, autor de livros sobre adestramento, e integrar a rede Cão Cidadão, com mais de 90 franquias. "Visamos uma forte expansão geográfica e lidamos com um mercado consolidado, que garante retorno em menos de seis meses", afirma o sócio-proprietário da empresa, Daniel Svevo, também veterinário. O investimento inicial, incluindo o treinamento profissionalizante, fica em R$ 9 mil, mais royalties de 20% sobre o faturamento e 10% como fundo de propaganda. Em troca, prevê-se retorno de R$ 8.300,00 para jornada de trabalho diário de 5 horas. Um serviço VIP para cães, gatos, porquinhos-da-índia e coelhos é o que propõe a Pet Free Le Boutique, associando várias atividades - loja, farmácia, consultório veterinário e escola de banho e tosa - em espaço cinco estrelas adaptado tanto ao pet quanto ao seu dono. "Enquanto o animal é tratado, seu proprietário desfruta de um atendimento diferenciado, numa cadeira de massagem ou saboreando um chá gelado ou uma taça de champanhe", diz Thiago de Almeida Tavares, franqueador. À espera dos peludos, está banho de ofurô, tosa artística ou escovação dentária e hidratação com argã, chocolate ou caviar importado. Na loja, jogos de cama, coleira e tigelas de porcelana imitando o design da Louis Vuitton ou da Burberry, entre outros mimos. O investimento inicial é de R$ 120 mil e o faturamento previsto em 14 meses, de R$ 36 mil mensais.
Valor Econômico - 31/03/2016
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