SIG Combibloc reduz gargalos internos e mantém rentabilidade

São Paulo - A fabricante de embalagens de origem suíço-alemã SIG Combibloc concentrou esforços para reduzir gargalos logísticos e manter a rentabilidade da operação brasileira.
O presidente da companhia para as Américas, Ricardo Rodriguez, conta que para manter o ritmo de crescimento no País a empresa foi obrigada a cortar despesas, ao mesmo tempo em que elevou produtividade para enfrentar a retração econômica.
"Um cenário desafiador não traz desafios só para o cliente e estamos fazendo uma série de otimizações, com consultorias trabalhando para melhorar nossos processos e pontos de perda logística, com um foco muito grande na nossa produtividade", disse o executivo ao DCI.
A negociação com fornecedores de matéria-prima é outra estratégia que tem sido explorada pela fabricante de embalagem cartonada asséptica, explica Rodriguez. "A compra de plásticos, para citar um exemplo, é denominada pelo preço da commodity em dólar, então o câmbio impacta os nossos custos", afirmou.
O executivo destacou ainda que dois dos principais insumos usados pela SIG são comercializados por poucas empresas na região. "Temos um único fornecedor estratégico para a nossa embalagem no Brasil e, no caso do polietileno, a Braskem também é a fornecedora única no País".
Com uma unidade industrial instalada no Brasil desde 2011, a empresa já está em sua quinta expansão de capacidade produtiva no País. O executivo afirma que nos últimos anos o crescimento da empresa acompanhou o avanço do mercado local que, mesmo em menor ritmo, continuou registrando alta. Mas desde 2015 os ganhos foram mais tímidos, refletindo um mercado de consumo mais fraco. A aquisição de novos clientes é outro fator que vem ajudando a incrementar os resultados da SIG Combibloc, que briga diretamente com a Tetra Pak.
"Com a entrada da nossa quinta ampliação, teremos capacidade de chegar a 4,5 bilhões de embalagens por ano, suficiente para sustentar o crescimento das vendas para os próximos três anos, pelo menos", explicou o presidente da companhia. Para ele, embora no curto prazo a preocupação com a situação macroeconômica do Brasil, incluindo o nível de desemprego, esteja presente nas avaliações da SIG, o grupo espera um nível de desemprego baixo ou com tendência de baixa, inflação controlada e taxa de câmbio equilibrada ao longo dos próximos anos.
"Quando uma empresa como a nossa faz um investimento em um país, a preocupação é mais voltada ao longo prazo, porque uma fábrica assim não será deslocada. E esperamos que o Brasil vá resolver essas questões macroeconômicas e o crescimento voltará", reforçou ele. O planejamento estratégico da SIG, segundo o executivo, é sempre baseado nos próximos cinco anos.
Demanda
Rodriguez reveliu que além de buscar mais produtividade na fábrica da SIG em Campo Largo (PR), a companhia também está investindo na oferta de produtos e serviços que oferecem redução de custos nas linhas de envase de bebidas dos clientes. "Focamos cada vez mais no desenvolvimento de projetos dentro da fábrica dos clientes, assim conseguimos instalar máquinas com cada vez mais flexibilidade para a operação", completou ele.
A demanda por novos equipamentos que permitam o envase de tipos diferentes de bebidas e embalagens está em trajetória crescente, revela o presidente da SIG, com os clientes buscado alternativas para fazer o máximo uso da linha sem elevar custos.
As exigências do mercado por embalagens certificadas e sustentáveis é outro nicho que a companhia quer explorar. Hoje, 75% do peso da embalagem fabricada pela empresa é composta por papel certificado, característica que vem ganhando força nas negociações dos novos contratos. "Sem dúvida também estamos crescendo bem porque temos uma precificação competitiva e estamos incentivando os clientes a buscar aumento no volume das encomendas, para conseguirmos mais ganhos de escala e ter preços ainda mais atrativos", acrescentou o executivo.