sexta-feira, 09 de dezembro, 2016

Demanda por eletroeletrônicos volta a crescer apenas em 2018, diz Abinee

São Paulo - A indústria de eletroeletrônicos pode retomar o crescimento só em 2018, depois de três anos de desempenho fraco. A alta nas vendas deve aparecer primeiro em bens de consumo e depois em equipamentos para infraestrutura.
"O ano de 2016 está sendo de muita dificuldade e a perspectiva até agora é manter ao menos o tamanho da indústria, mas existe muita ociosidade", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. Para ele, o setor ainda deve enfrentar problemas com a baixa demanda por eletroeletrônicos no País em 2017.
O levantamento feito pela entidade indica retração de 8% no faturamento este ano. Para 2017, a estimativa é de 1% de alta no valor faturado. "Há uma forte tendência de estabilidade em 2017 nas áreas que acompanhamos", afirmou o gerente do departamento de economia da associação, Luiz Cezar Rochel.
Ele destacou o desempenho das exportações na categoria de informática, cujo embarque de impressoras vem aumentando. "Não sabemos qual empresa está elevando esses números, mas a alta nos leva a acreditar que foi montada uma base de exportação. Porque nos últimos anos o envio de impressoras para México, Estados Unidos, Panamá e Argentina cresceu", comentou Rochel. Apesar da alta, o faturamento em informática tem recuo estimado em 23% para R$ 23,35 bilhões este ano.
Já as exportações do setor como um todo caíram 5% este ano, para US$ 5,59 bilhões, e as importações somaram US$ 25,30 bilhões, queda de 20% , ambos ante o ano passado. Rochel ressaltou que o menor volume de importação deve reduzir em 23% o déficit da balança comercial do setor, atingindo US$ 19,71 bilhões.
"A melhora na balança não veio por uma alta das exportações. E fizemos um levantamento do comportamento da taxa de câmbio neste ano e observamos que o dólar cotado abaixo de R$ 3,40, as exportações do setor caem", disse ele.
Na avaliação de Rochel, os produtos brasileiros no exterior se tornam competitivos no patamar de câmbio a R$ 3,80, cenário distante do atual. Depois de iniciar o ano cotado a R$ 4,05, o dólar chegou em outubro ao patamar de R$ 3,19, de acordo com a Abinee. Sem expectativa de ampliar exportações, a retomada do setor depende do mercado interno.
"Vem acontecendo um adiamento das compras. Porque se em 2014 o brasileiro via o vizinho desempregado, em 2016 ele teve uma ou mais pessoas na casa dele sem emprego e não se sabe ainda por quanto tempo viveremos essa estagnação. Então os bens de necessidade básica são colocados na frente", observou Barbato.
Produtos como cafeteira, secador de cabelo e fritadeira sem óleo, que neste ano registraram desempenho melhor se comparado à outras categorias, não devem ter tanto destaque em 2017, aposta a consultoria Euromonitor. "Essas categorias ainda devem ter bom desempenho, mas as demais também devem melhorar, reduzindo a diferença que observamos este ano", explicou o analista da Euromonitor, Elton Morimitsu. Ele espera que o cenário para essa indústria continue desafiador em 2017, com crescimento relevante apenas em 2018.
Infraestrutura
Já a categoria de equipamentos para Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) de energia, dependente do avanço de investimentos em infraestrutura no Brasil, acompanha as demais áreas e deve ter desempenho estável ou leve queda em 2017. Segundo a Abinee, o faturamento na categoria deve cair 1% no próximo ano, depois de ter um avanço 3% para R$ 16,59 bilhões em 2016.
"A área de infraestrutura elétrica está vivendo de demandas antigas e felizmente os leilões continuam acontecendo. Em 2018, podemos deslanchar nessa área se estivermos competitivos e é essa a nossa preocupação", revelou Barbato.
O diretor da área de GTD na Abinee, Guilherme Mendonça, lembrou que aportes no setor elétrico são de longo prazo e, como o tempo para construção dos empreendimentos está aumentando, a expectativa é que a demanda por equipamentos leve mais tempo para se concretizar. "Podemos ver em até três anos o início dos pedidos", citou ele.
DCI
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