sexta-feira, 16 de dezembro, 2016

Amigo secreto ganha espaço como opção barata no Natal

São Paulo - A tradicional brincadeira de amigo secreto ganhou importância nos eventos comemorativos neste fim de ano. Em função da crise, a modalidade virou estratégia para reduzir o gasto com presentes e garantir que todos ganhem uma 'lembrancinha'. É um movimento ao qual o varejo está atento.
A análise foi divulgada ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os dados apontam que 57,2% dos consumidores pretendem participar desse tipo de comemoração. "É uma confraternização coletiva que resolve a obrigação de comprar presentes para várias pessoas, já que cada um se encarrega de presentear apenas um participante e, no fim, ninguém fica sem presente", afirmou, por meio de nota, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Segundo o levantamento, dois em cada dez (20,4%) consumidores disseram que irão entrar no jogo para gastar menos. Outros 28,5% o fazem por gostarem da brincadeira, ao passo que, 9,6% participam para não serem vistos como antissociais. "Neste tipo de brincadeira, todos presenteiam e saem presentados e é bastante comum estabelecer um limite para o valor a ser gasto", destaca a economista.
Quer gastar quanto?
Na média, cada consumidor participará de um ou dois amigos secretos no final do ano. Os mais citados são da família (61,1%) e grupos de convivência, como amigos (43,8%) e colegas de trabalho (29,3%). Neste ano, o gasto médio deve ficar em R$ 55,18, o que representa uma queda de 0,5% na comparação com 2015 (R$51,10), já descontando a inflação acumulada no período. "A estratégia de estipular uma quantia acessível a ser gasta pelos participantes faz com que o foco esteja na criatividade e no desejo de agradar o presenteado, e não necessariamente no valor financeiro", explica a economista Marcela Kawauti.
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, o amigo secreto é um meio de facilitar a troca de presentes, mas as pessoas não devem se sentir constrangidas em não participar, caso estejam em situação financeira desconfortável. "O amigo secreto é uma brincadeira acessível a diversos perfis financeiros. Ainda assim, nem todos podem fazer parte", diz.
Para ele, se a pessoa estiver com o orçamento apertado ou endividada, a prioridade deve ser quitar as contas e manter as despesas em dia, pois mesmo a compra de um item mais barato poderá fazer falta. "O importante é compreender que o Natal e o ano novo são ocasiões para estar na companhia de amigos e familiares e expressar afeto. Se as finanças estão desorganizadas, a compra de um presente não deve ser algo obrigatório", orienta Vignoli.
Considerando os 42,8% de consumidores que não vão participar de amigo secreto neste fim de ano, a principal justificativa é o receio de ganharem presentes indesejados ou ruins (22,5%), seguido da falta de dinheiro (20,3%).
Expectativa de vendas
Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o movimento financeiro previsto para o Natal deste ano soma R$ 32,1 bilhões. O número representa recuo de 3,5% em relação a 2015. Confirmado o quadro, será o segundo fim de ano com recuo consecutivo, já que em 2015 as quedas caíram na casa dos 2%.
Além do considerável l recuo no faturamento das varejistas, a entidade também projetou, no início deste mês, que a recessão deve frear a demanda por trabalhadores temporários, com menos 2,4% de postos ofertados em relação ao ano passado. Segundo a confederação que analisa em escala nacional, o resultado é uma volta ao patamar de 2012, quando foram abertos 135.000 postos temporários.
DCI
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