segunda-feira, 04 de janeiro, 2016

Fabricantes veem alta na venda de repelentes

A demanda por repelentes, que tradicionalmente cresce no verão, deve ganhar estímulo adicional. Segundo executivos ouvidos pelo DCI, o maior número de casos de transmissão de dengue, febre chikungunya e vírus zika este ano tem elevado o consumo do item.
"O zika vírus promoveu um impulso na procura recente por Repelex e SBP, mas a explosão da dengue este ano e a manutenção de registros da doença, mesmo depois do verão, mantiveram a demanda por repelente e inseticida em alta durante o ano todo", conta a gerente de categoria da Reckitt Benckiser (RB), Holly Garbett, responsável pelas marcas Repelex e SBP.
A executiva afirma que as vendas das categorias de repelentes e inseticidas no País cresceram 57% e 20% em valor, respectivamente, neste ano, de acordo com dados da consultoria Nielsen.
"A associação do zika vírus aos casos de microcefalia e a outras consequências graves constitui mais um elemento novo que promoveu um movimento distinto no mercado [neste ano]", destacou Holly.
O Grupo Cimed, fabricante do repelente Xô Inseto, também notou crescimento junto com o aumento de doenças transmitidas por insetos. "A alta era prevista, devido à sazonalidade do produto. No entanto, desde meados de 2015, quando houve um surto nos casos de dengue e zika vírus, tivemos demanda ainda maior", cita a gerente de produto do Grupo Cimed, Angelica Nespoli.
Ela avalia que, diferentemente de anos anteriores, a crise econômica pode beneficiar empresas de repelente de menor porte, que trabalham com produtos de menor preço.
Estratégia
"O mercado de repelentes é dominado por alguns players, mas isso não influencia o crescimento de outras marcas. Visto que o brasileiro está sempre em busca de novidades. Além disso, a situação econômica atual faz com que variáveis como preço sejam levadas em consideração", diz ela.
Na mineira Farmax, dona da marca de repelente Moskitoff, o crescimento este ano não tem sido sustentado apenas pelo aumento da demanda, mas por uma mudança no posicionamento da empresa.
"Tivemos lançamentos e mudanças importantes na marca que influenciam na decisão de compra [do consumidor final]. A linha Moskitoff ganhou nova identidade visual neste ano, com nova logomarca e novas embalagens", detalha o executivo de marketing da Farmax, André Bernardes.
De acordo com ele, a estratégia de mudar a apresentação do produto tem sido uma das principais responsáveis por impulsionar as vendas. "Este é um mercado em expansão e, as indústrias que melhor atenderem a essa demanda dos consumidores vão ganhar espaço na categoria", diz ele.
De olho na expansão, as fabricantes consultadas pelo DCI reforçaram que estão prontas para atender as encomendas do varejo, mesmo com aumento exponencial da procura. "A loção antimosquito Johnson's Baby está com o abastecimento regularizado e os produtos estão disponíveis no estoque. Mesmo com o aumento na demanda, reforçamos que temos estoque provisionado para suprir o mercado no cenário atual", destaca, em nota, a Johnson & Johnson. A fabricante não fornece informações sobre as vendas neste ano e perspectivas para 2016.
O Grupo Cimed também reforça que está pronto para atender a alta nos pedidos de repelente. "Estamos com a produção a todo o vapor para conseguirmos oferecer proteção à população brasileira", comenta Angelica Nespoli.
DCI - 28/12/2015
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