Com uma macroeconomia ainda desfavorável, o setor supermercadista, que fechou 2015 com queda de 1,9% em vendas, projeta uma nova retração este ano, de 1,8%. O cenário, segundo Marcio Milan, vice-presidente da Abras, deve impulsionar o movimento de ações promocionais no ano. "A indústria no início deste ano, até mais do que no ano anterior, vai precisar desovar o que tem em estoque. A taxa de juros está mais alta, a inflação também, e uma coisa que está se desenhando é que vai ser um ano de muitas promoções, porque as empresas precisam ter o mínimo e vão buscar isso se movimentando em marketing", disse.
Crescente em 2015
A aposta em promoções foi algo que ganhou força no passado. Um indicativo disso é que mesmo com a queda nas vendas e no faturamento do setor, o desempenho de volume no autosserviço foi positivo. "Nós fizemos um estudo no ano passado de quais foram as marcas que mais cresceram, dentro desse contexto de mudança de hábito do consumidor, e a gente viu que as marcas que se seguraram foram as que mais fizeram ações no ponto de venda, que trabalharam bem a comunicação para chamar a atenção no momento da decisão de compra, e as que fizeram promoções eficientes", complementou Lenita Mattar, gerente de atendimento da Nielsen.
Desempenho por Volume
O Índice de Volume Abras-Nielsen apontou um crescimento de 1,4% até outubro do ano passado, com destaque para o crescimento de itens básicos em várias categorias, em detrimento de itens supérfluos. O canal que mais se destacou foi o cash & carry, com alta de 8,5% sobre 2014. Cresceram também em volume as lojas com 1 a 4 checkouts (2,1%), 5 a 9 checkouts (1,1%) e 10 a 19 checkouts (3,0%). Os hipermercados, de 20 a 49 checkouts, registraram queda de 0,5%.
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