quarta-feira, 20 de maio, 2015

Fabricante de ônibus espera estabilidade em 2015

Mesmo diante de um cenário macroeconômico adverso no país, a Scania aposta que a demanda por ônibus no mercado brasileiro pode se manter estável no país em 2015. Mudanças regulatórias no transporte rodoviário de passageiros somadas à reformulação completa do sistema de ônibus urbanos do município de São Paulo tendem a impulsionar as vendas no segundo semestre, sustenta Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus para o Brasil. Nos primeiros quatro meses do ano, o licenciamento de ônibus no país caiu 37%, na comparação com igual período de 2014, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Na Scania, o volume de coletivos licenciados entre janeiro e abril caiu de 271, no ano passado, para 60, em 2015. “Se todos fatores exógenos forem mantidos e não tivermos nenhuma surpresa negativa na economia, 2015 poderia até ser igual ao ano passado”, diz Munhoz. Um dos fatores que vêm alavancando a demanda é a alteração no regime de concessão de licença para o transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Desde 2008 a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) discutia com as empresas de ônibus uma forma de transformar o antigo regime de concessões para linhas em um sistema de licitações públicas. Em junho do ano passado, uma medida provisória estabeleceu o regime de autorizações, no lugar das licitações planejadas originalmente. “Começamos a receber consultas”, conta o diretor da Scania. Já em outubro de 2014, o Grupo JCA — que atua no transporte rodoviário com as empresas 1001 e Cometa, entre outras — adquiriu 73 ônibus por R$ 70 milhões. “Os operadores passaram anos renovando o mínimo suas frotas, à espera de uma decisão”, conta Munhoz. Agora, falta apenas o detalhamento das novas regras, previsto para acontecer até junho.
No segmento de coletivos urbanos, os fabricantes aguardam também com ansiedade a megalicitação — pendente há dois anos — da prefeitura de São Paulo, que mudaria o perfil do sistema com o agrupamento das empresas de ônibus em três sociedades de propósito específico (SPEs). A mudança tende a acelerar a demanda entre o fim do ano e o início de 2015.
No primeiro quadrimestre, as montadoras produziram 9.747 ônibus no país, um recuo de 26,5% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram fabricadas 13.276 unidades, segundo dados da Anfavea. O volume de coletivos licenciados encolheu de 9.156, de janeiro a abril do ano passado, para 5.767, na comparação anual. As exportações também diminuíram no período, mas num ritmo menor: - 7,1%. “O ano de 2015 deve seguir favorável para as exportações da Scania na medida que a empresa seguirá ampliando o portfólio de chassis para ônibus urbanos BRT e BRS, os quais se destacam por ter os menores custos totais de operação”, afirma André Oliveira, executivo responsável pelo portfólio de ônibus da Scania para a América Latina. Oliveira conta que o segmento rodoviário já registrou vendas significativas no primeiro quadrimestre de 2015, como por exemplo, a comercialização de 138 chassis de ônibus rodoviários para o grupo ADO do México e 54 chassis, também de ônibus rodoviários, para a Cooperativa de Transporte Ecuador.
De olho no mercado representado pelos veículos com baixa emissão de poluentes, a Scania testa no país desde outubro do ano passado um ônibus movido a biometano ou gás natural. A tecnologia tem se mostrado mais viável economicamente do que a dos veículos híbridos, que alternam a energia do diesel com a de baterias elétricas. A intenção é comercializar o ônibus movido a gás no país a partir de 2016.
Brasil Economico
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