quinta-feira, 09 de abril, 2015

Peixe popular ganha mercado e preço cai

Diante das altas entre 5% e 10% nos valores dos tradicionais importados de Páscoa, como bacalhau e salmão, a saída para o setor extrativista foi apostar no incremento da oferta de variedades mais populares. Pescada, sardinha e cação seguraram a alta de 11,2% de vendas em São Paulo, na última semana, e preços dos peixes nacionais devem seguir em queda.
Os dados são do balanço prévio do setor para a chamada Semana Santa, realizado pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Segundo levantamento da entidade foram registradas vendas de 6.754 toneladas de pescado no período, contra 6.073 toneladas comercializadas no comparativo anual.
"Os populares tiveram uma oferta maior. Os peixes nobres estavam mais caros e o consumidor talvez tenha migrado para os produtos mais populares em função dessa boa oferta", diz o economista da Ceagesp, Flávio Godas.
No momento em que o poder de compra das famílias diminui e os custos de importação aumentam, as variedades importadas perderam espaço para o produto cultivado dentro do País. Como a demanda é, sazonalmente, muito acentuada nesta época do ano, o setor extrativista elevou o volume disponível para venda.
"O balanço ainda não está consolidado, mas a pescada, sardinha e cação foram os que saltaram aos nossos olhos", lembra Godas. De acordo com o economista, a pescada foi a única que teve o preço estável na variação anual, em R$ 9 por quilo. As outras duas tiveram quedas respectivas de 40% e 16,9%, para R$ 2,50 e R$ 7,57.
Em março, o custo médio da categoria pescado havia subido 4,42%, com destaque para as altas na corvina, de 23,7%, tilápia, de 20,3%, tainha, de 17,4%, e salmão, com 10,35%.
Na avaliação de Godas, a tendência para os próximos meses é de queda nos valores devido ao aumento na oferta e possível redução no consumo.
Outras ações
Na última semana, a Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura baiana (Seagri), em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura, realizou a primeira edição do 'Santo Pescado', um evento que reuniu cooperativas para venderem o produto com descontos de até 50% em terminais de Salvador e Ilhéus. Lá também predominaram as variedades populares, provenientes da pesca artesanal.
"Conseguimos comercializar 15 toneladas de peixe, o que é muito dentro da perspectiva da região. Além do preço mais barato, a qualidade do produto ainda era superior. Do total ofertado, tivemos uma sobra de 700 quilos que foram doadas a uma entidade religiosa, com fins sociais na região", conta o diretor técnico da Bahia Pesca, Cláudio Carvalho.
Em geral, o estado produz cerca de 105 mil toneladas por ano, comercializadas entre R$ 10 e R$ 12 por quilo. Durante o evento, foi possível vender produtos a R$ 6.
Segundo o diretor, a Bahia conta com 125 mil pescadores declarados em um registro geral da pesca. O 'Santo Pescado' colaborou para o fomento da atividade, fato que já acontece através de parcerias com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Sobre o suporte dado a pequenos pescadores, vale ressaltar o anúncio mais recente de alteração no Seguro Defesa - uma assistência financeira temporária concedida ao pescador profissional e artesanal - que facilita o acesso ao benefício através de solicitações via call center.
DCI
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