segunda-feira, 09 de novembro, 2015

Marfrig reduz endividamento e busca avanço em food servic

Em linha com uma estratégia focada na redução das despesas e aumento da rentabilidade, a Marfrig Global Foods reverteu R$ 300 milhões de prejuízo obtido no terceiro trimestre do ano passado em lucro de R$ 186 milhões no mesmo período de 2015. A venda da subsidiária Moy Park mitigou parte da dívida e agora o radar mira o food service.
Durante a divulgação dos resultados trimestrais realizada na última sexta-feira (6), o diretor-presidente do grupo, Martin Secco, disse a jornalistas que a finalização dos negócios com a concorrente JBS, que adquiriu o antigo segmento de aves da Marfrig, aconteceu no dia 28 de setembro e rendeu um montante de US$ 1,2 bilhões.
A movimentação comercial e o lucro obtido no terceiro trimestre deram um fôlego para que o prejuízo líquido passasse de R$ 455 milhões para R$ 391 milhões no acumulado do ano até setembro, contra o mesmo período de 2014, uma variação de 14%. Ainda assim, o endividamento bruto encerrou o período avaliado em R$ 15 milhões.
Movimentos de mercado
Em continuidade ao plano estratégico intitulado "Focar para Ganhar", Secco anunciou a decisão da empresa de colocar à venda as operações na Argentina, bem como os ativos norte-americanos de beef jerky.
"São operações pequenas, tanto nos Estados Unidos quanto nas unidades produtivas da Argentina. Teremos conversas super avançadas hoje e esperamos que [o negócio] seja finalizado nos próximos meses", explica o presidente. Até que o processo seja concluído, as atividades nos dois países seguem regularmente. O executivo adiantou que o valor das vendas não será relevante, mas se encaixa na estratégia da Marfrig de busca por rentabilidade.
Mesmo diante de uma economia global desafiadora, a companhia acredita que o setor de proteína animal continua sendo positivo. Um exemplo importante foi a recente aprovação de uma nova planta da Marfrig Beef Brasil para embarques de carne à China.
Considerado um mercado de extrema importância, o gigante asiático está entre os objetivos de expansão. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) mostram que os chineses lideraram as compras de carne bovina do Brasil em setembro, com 16,19 mil toneladas e um faturamento de US$ 81,28 milhões, tamanho potencial de importação.
Paralela à estratégia do grupo, "a abertura do mercado americano seria a cereja do bolo, ajudaria em preço", destaca o vice-presidente de planejamento estratégico e de relações com investidores, Marcelo Di Lorenzo. A estimativa é que os Estados Unidos autorizem a entrada de carne in natura brasileira em 2016.
Compradores americanos tornaram-se uma promessa que não se cumpriu desde meados de agosto deste ano, após uma projeção prévia dada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu. De acordo com Secco, o Congresso daquele país ainda não assinou a permissão para as exportações.
O presidente-executivo da Marfrig Beef no Brasil, Anfrew Murchie, diz que inspetores dos EUA estão vistoriando instalações produtivas no Brasil e que quatro unidades da empresa já foram aprovadas, em um "sinal forte de que talvez tenhamos uma boa notícia no retorno deles [aos EUA] ".
Apostas
Apesar da redução no endividamento, Di Lorenzo, enfatiza que a empresa não está analisando nenhuma aquisição e que continua focada em fazer investimentos no segmento de serviços alimentares, voltados a atendimento de restaurantes, por exemplo. "Manteremos nosso guidance [meta] para 2018 e acreditamos que podemos atingir os objetivos [redução das dívidas] antes do esperado. Ano que vem seremos super agressivos no segmento de food service", acrescenta o presidente, Martin Secco.
DCI
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