quarta-feira, 25 de novembro, 2015

Dona do Frango Assado vende operação no México e reduz aporte

Na tentativa de buscar soluções para a sua difícil situação financeira, a International Meal Company (IMC), dona das redes de restaurantes Frango Assado e Viena, anunciou ontem a venda de seus negócios no México à Taco Holding por R$ 175 milhões - a operação fatura ao ano cerca de R$ 150 milhões. Com isso, o aumento de capital anunciado dias atrás pela empresa, de até R$ 575 milhões, será reduzido para até R$ 400 milhões.
Com a transação, os acionistas terão que colocar na empresa menos recursos do que o estimado inicialmente, com intuito de reduzir a alavancagem.
A venda da operação do México já era esperada pelo mercado, visto que a companhia havia mencionado para analistas recentemente que considerava o plano de reduzir investimentos naquele país. Com o negócio, a empresa faz essa redução no valor do aporte se desfazendo de uma operação menos relevante no portfólio.
Apesar de ser um mercado em crescimento, o México é o menor negócio em receita no grupo, menos representativo do que as áreas de Brasil, EUA e Caribe. Ontem, após anúncio da venda, as ações da IMC fecharam o dia com alta de 1%, a R$ 3,80.
Seu maior acionista, o fundo Advent, manterá o plano de aportar pelo menos R$ 100 milhões do total (25% do novo teto previsto), informou ontem a empresa ao Valor. O Advent tem cerca de 28% da empresa, portanto, para não ter sua participação diluída, deveria ultrapassar a faixa de 25%. Quando adquiriu operações no México, dois anos atrás, por R$ 47 milhões, a empresa se endividou em moeda local para conseguir fechar a operação.
A venda inclui os ativos Restaurantes de Carnes y Cortes, Grupo Restaurantero del Centro, Servicios de Personal Gastrónomico IMC e Servicios Administrativos IMC, que correspondem à integralidade das subsidiárias localizadas em território mexicano.
Segundo a IMC, o valor bruto do negócio é de 1 bilhão de pesos mexicanos (cerca de R$ 225 milhões), equivalente a 9,35 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), mas como serão descontadas dívidas de 225 milhões de pesos mexicanos (R$ 50 milhões), o valor cai para R$ 175 milhões.
O aumento de capital previsto, agora de R$ 400 milhões, deve ser votado em assembleia geral extraordinária na sexta-feira, num total de 100 milhões de novas ações a R$ 4 por papel. A intenção é reduzir o endividamento e "financiar algumas oportunidades de expansão", segundo a empresa.
A questão central é o montante dos recursos a serem aplicados no negócio, considerando o atual patamar de alavancagem. A relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, até setembro, estava em 4,2 vezes. No ano anterior, era de 2,8 vezes. Crescimento acelerado, num curto espaço de tempo, com boa parte em dívidas em dólar explica em parte a situação atual da companhia. A IMC tem R$ 360 milhões a vencer só entre 2016 e 2017 e 62% está em moeda estrangeira.
A IMC tem enfrentado fase turbulenta, com fracos resultados (perda de R$ 11,3 milhões de julho a setembro, versus lucro líquido de R$ 4,3 milhões em 2014), desempenho abaixo da média esperada pelos analistas e perda de valor de mercado - queda de 68% neste ano. Há cinco meses foi anunciada demissão do CEO - Jaime Cohen foi eleito para substituir Francisco Javier.
Valor Economico
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