segunda-feira, 30 de junho, 2014

Consumidor busca nas lojas o que vê nos estádios

O goleiro argentino Sérgio Romero é uma das exceções: optou por uma clássica chuteira preta para jogar a Copa. Em um mundial marcado pelos modelos florescentes e estampados- às vezes, com um pé de cada cor -, o básico saiu de moda. Há até chuteira de cano alto. O que se vê nos pés dos jogadores é justamente o que o consumidor busca nas lojas.
Na Centauro, maior rede de artigos esportivos do país, as vendas dos modelos de chuteiras usados pelos craques está com crescimento de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Bayard, o crescimento chega a 70%, diz Nasser Mohamad, gerente da linha de chuteira da varejista.
Neymar ainda nem tinha estreado a sua chuteira dourada da Nike no jogo contra o Chile, no sábado, e as vendas do produto já disparavam. Segundo Mohamad, há casos de lojas da Bayard, em São Paulo, que venderam 20 pares da chuteira em 15 minutos na sexta-feira.
A mesma chuteira usada por Neymar sai por R$ 1.200. No entanto, o maior volume de vendas, diz Mohamad, são as réplicas oficiais que custam entre R$ 250 e R$ 300. "É o mesmo design só que com tecnologia inferior", explica Rodrigo Bacher, diretor da Paquetá Esportes.
Nas 59 lojas da Nike do Brasil, a chuteira dourada de Neymar disputa o gosto do consumidor com o modelo usado pelo português Cristiano Ronaldo, que tem cano alto, que custa R$ 1.300 em sua versão mais cara. "O consumidor procura esse modelo 'botinha' por causa da tecnologia. A ideia é que a chuteira seja um prolongamento do corpo do atleta, como se ele estivesse descalço", explica Alexandre Alfredo, diretor de comunicação da Nike.
Autora da chuteira usada por Messi, a alemã Adidas apostou na mistura do preto, branco (lembra um estampa de zebra) com listras azul e laranja. O preço vai de R$ 199 a R$ 999. "Chuteira toda preta ou toda branca não se vê nessa Copa", diz Rodrigo Messias, diretor de Copa da Adidas. "Definitivamente estamos batendo recorde de vendas. É a nossa maior campanha de marketing da história", diz.
No critério ousadia, no entanto, alemã Puma superou as concorrentes. As chuteiras da marca, usadas por jogadores como Balotelli (Itália), Fabregas (Espanha) e Godín (Uruguai) têm um pé azul e outro rosa. João Diago, responsável pela área de futebol da Puma, diz que o produto, que custa a partir de R$ 269 no site oficial da marca, é reposto e se esgota logo em seguida no varejo.
Patrocinadora de oito seleções da Copa (a Nike tem 10 e a Adidas, 9), a Puma também chamou atenção com os seus uniformes bem ajustados aos corpos dos atletas. O modelo foi um sucesso de comentário nas redes sociais, diz Diago. "Sentimos com bastante clareza o envolvimento das mulheres com a competição. Isso foi bastante positivo para a nossa imagem", diz.
Ele garante que os uniformes colados da Puma não têm função estética, mas de alta performance. O tecido faz micromassagens musculares nos jogadores. Além disso, evita que eles sejam puxados pela camisa pelos adversários durante as partidas.
As camisas ajustadas da Puma foram trazidas em edição limitada para o consumidor no Brasil e se esgotaram antes mesmo da Copa começar. Agora, o consumidor encontra apenas réplicas dos uniformes, mais baratas e menos ajustadas no corpo.
A Adidas deixa os jogadores que patrocina livres para escolher o tamanho dos uniformes. "De modo geral, a opção deles têm sido por tamanhos menores. É uma vaidade que vemos também nos cortes de cabelo", diz Messias.
Patrocinadora da seleção brasileira, a Nike estima que as vendas de camisas de seleções crescem entre 30% e 40% nos anos de Copa. No varejo, os modelos da canarinha que mais saem são as do tipo "torcedor", que são menos justas no corpo e mais baratas que a do tipo "jogador", diz Mohamad, da Bayard. "Não é todo cliente que está em boa forma para usar uma camisa ajustada, né?". Ele tem razão.
Valor
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