quinta-feira, 16 de outubro, 2014

Novartis busca comprador para fábrica em PE

Quase seis meses após anunciar mudanças no perfil da fábrica de biotecnologia que está construindo em Pernambuco, o laboratório suíço Novartis desistiu de levar adiante o empreendimento. O Valor apurou que a multinacional está à procura de interessados em assumir a unidade, que está sendo erguida no município de Jaboatão dos Guararapes e integra um projeto orçado em cerca de R$ 1,2 bilhão.
Entre os possíveis interessados na aquisição da planta estaria a britânica GlaxoSmithKline (GSK), que em abril deste ano adquiriu a divisão global de vacinas da Novartis. A transação não incluiu a unidade de Pernambuco, que estava programada para produzir vacinas contra a meningite B. Poucos dias após o negócio, a Novartis anunciou que a fábrica não produziria mais as vacinas e que outras possibilidades para o local seriam avaliadas.
As obras civis da unidade já estão adiantadas, mas a previsão era de que começasse a produzir somente em 2018, por conta da transferência de tecnologia e das licenças requeridas. A Novartis conseguiu aprovar em dezembro do ano passado um financiamento de R$ 804 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o empreendimento, que ocupa uma área de 21 hectares.
"No ponto em que se encontra hoje o projeto, não é factível simplesmente desistir. Temos certeza de que haverá interessados em assumir o projeto", disse uma fonte no governo de Pernambuco. Mesmo após vender a divisão de vacinas, a direção da Novartis optou por manter a unidade, mas mudou de ideia.
Procurada para comentar, a multinacional informou que, por conta da negociação com GSK, "certos investimentos na fábrica estão sendo colocados em espera", mas que uma decisão final sobre eventual descontinuidade só deve sair nos próximos meses. "Essa reestruturação não interfere na continuidade da construção civil da planta, que permanece sob tutela da Novartis, ainda que com eventuais ajustes", diz a nota da empresa.
O projeto foi anunciado em 2007 visando a produção de proteínas recombinantes para vacinas contra a meningite B. Dois anos mais tarde, a Novartis lançou a pedra fundamental do empreendimento, inicialmente previsto para o município de Goiana, no litoral norte de Pernambuco. Após análises sobre as condições de infraestrutura da área, a multinacional decidiu mudar a fábrica para Jaboatão, vizinha à cidade de Recife. A produção seria destinada ao mercado externo.
Um mês antes de negociar a divisão de vacinas, a Novartis já havia anunciado a transferência de sua fábrica no município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. As instalações foram assumidas pela União Química, controlada pelo empresário Fernando de Castro Marques.
Pelo acordo, a farmacêutica nacional será responsável pela fabricação e fornecimento dos produtos da Novartis feitos na unidade. Caberá à Novartis o armazenamento e a distribuição de produtos, mantendo tutela plena dos registros direitos de marketing em todos os mercados latino-americanos.
A União Química será responsável pela produção dos medicamentos dessa unidade da Novartis, entre eles, os rótulos Cataflan e Ritalina. A multinacional também tem fábricas em São Paulo, Cambé (PR) e Resende (RJ).
Valor Economico
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