quinta-feira, 29 de agosto, 2013

Peugeot quer crescer na América do Sul com apoio da GM

A deficitária montadora francesa Peugeot quer aproveitar-se da parceira General Motors (GM) na América do Sul para se diversificar longe do deprimido mercado europeu. A GM e a Peugeot fizeram uma aliança há 18 meses, para dividir os custos e compartilhar ideias e produtos na Europa, mas a montadora francesa quer ampliar a ligação e aproveitar o grande peso que sua parceira tem nos mercados sul-americanos, disse ontem seu diretor-presidente.
"Eles já têm uma boa escala lá [América do Sul]. É uma boa oportunidade unir forças nesse mercado, onde a competição é muito acirrada", disse Maxime Picat, em uma entrevista. "Não há limites [para a aliança]", acrescentou Picat, citando a produção conjunta e o desenvolvimento compartilhado de modelos e os acordos de compras específicos para os mercados sul-africanos, como áreas de interesse para a Peugeot. A GM não quis comentar sobre a possibilidade de ampliação da aliança.
Transferir os principais mercados para longe dos países desenvolvidos é crucial para o futuro da Peugeot. Outras montadoras com problemas, como a Fiat e a Renault estão dependendo muito das vendas realizadas fora da Europa, para compensar o impacto da pior queda registrada pelo mercado europeu em duas décadas.
A GM, que assumiu uma participação de 7% na Peugeot como parte da associação, vendeu cerca de 1 milhão de veículos na América do Sul no ano passado, quatro vezes o total de sua parceira. A Peugeot também está atrás de outras concorrentes como a Fiat, a Volkswagen e a Ford em mercados importantes como o Brasil, o quarto maior do mundo em vendas.
A companhia francesa, que teve um prejuízo recorde de € 5 bilhões em 2012, depende da Europa para cerca de dois terços de suas vendas, segundo a Macquarie. "Infelizmente, os países do sul da Europa, onde temos uma posição bem forte, foram o países que mais sofreram com a crise", disse Picat. "O mix de vendas desses países não é muito favorável para nós", completou.
As vendas de automóveis na Europa caíram 7% no primeiro semestre, com a Peugeot e sua marca irmã Citroën apresentando as maiores quedas entre todas as grandes montadoras. A GM já está trabalhando com engenheiros da Peugeot no desenvolvimento conjunto de dois novos carros e um motor, e os passos dados para unir o poder de compra das duas companhias já ajudaram a montadora francesa a reduzir seu emprego anual de caixa à metade este ano.
O aumento consistente das vendas na China é um motivo de alegria para a Peugeot, compensando os problemas na Europa. Mas Picat descartou qualquer colaboração entre a GM e a Peugeot na Índia, onde a GM tem duas fábricas e a Peugeot abandonou seus planos de ingressar sozinha naquele mercado. "Decidimos nos concentrar na China...América do Sul e Rússia. Estes, claramente, são nossos mercados mais importantes fora da Europa", disse o executivo.
Valor Econômico - 28/08/2013
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