segunda-feira, 12 de agosto, 2013

Nestlé reduz previsão de receita para 2013

A Nestlé reduziu sua previsão de receita para este ano, depois de registrar vendas decepcionantes na Europa. A maior companhia de alimentos industrializados do mundo divulgou ontem resultados abaixo das expectativas dos analistas pelo quarto trimestre consecutivo.
A Nestlé informou aumento de 5,3% nas vendas do primeiro semestre, para 45,2 bilhões de francos suíços (US$ 49,1 bilhões), abaixo dos 45,6 bilhões de francos previstos por analistas. Pelo critério orgânico usado pela companhia suíça, que exclui o impacto de variações cambiais e de aquisições de empresas ou operações, as vendas subiram 4,1% na primeira metade do ano, abaixo da meta que a empresa havia traçado anteriormente para o ano, de 5% a 6%.
Os números informados ontem sinalizam que houve desaceleração em relação ao primeiro trimestre, quando houve crescimento orgânico de 4,3%. A empresa agora projeta atingir crescimento orgânico em torno de 5% neste ano.
O analista Andrew Wood, do banco Sanford C. Bernstein, disse que o desempenho trimestral das vendas foi "muito decepcionante". Ele destacou que o crescimento orgânico do segundo trimestre, de 3,9%, ficou bem abaixo da média das previsões, de 4,6%. Também foi "o menor crescimento desde o terceiro trimestre de 2009 [...] e o aumento nos preços [0,8%] foi o menor em mais dez anos, desde 2002", escreveu em informe a clientes.
O CEO mundial da Nestlé, Paul Bulcke, disse que o "crescimento orgânico ficou um tanto parado, refletindo preços menores em nossos mercados, já que aproveitamos custos menores de insumos para atender as expectativas dos consumidores de hoje mais receosos com valores".
O analista Sanford C. Bernstein observou que a revisão das previsões significa que um avanço anual inferior a 5% é uma possibilidade. "Lembra-nos um pouco da agora infame previsão do início de 2009 de 'ao menos chegar aos 5%' [...] que acabou em um crescimento anual de 4,1%".
As vendas andaram mais devagar no mercado europeu, onde o aumento foi de 1,7%. Segundo a Nestlé, os consumidores foram "extremamente sensíveis a preços" e a empresa foi "receptiva" a isso, o que fez sua margem operacional cair na região em 10 pontos percentuais.
As vendas na região que engloba Ásia, Oceania e África subiram 5% no primeiro semestre do ano, uma desaceleração acentuada em relação aos 11,9% e aos 8,4% registradas nos anos de 2011 e 2012, respectivamente.
Apesar dos números fracos das vendas, a Nestlé ainda registrou lucro líquido de 5,1 bilhões de francos, dentro das previsões dos analistas.
As ações da Nestlé caíram 2,32% ontem, cotadas as 63,2 francos.
Valor Econômico - 09/08/2013
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