quinta-feira, 02 de maio, 2013

ThyssenKrupp pode adiar a venda da brasileira CSA

Nem Companhia Siderúrgica Nacional, nem Techint. A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pode continuar este ano sob a administração da alemã ThyssenKrupp, comentam fontes que acompanharam parte do processo de negociação da fabricante de placas de aço instalada na zona oeste do Rio de Janeiro. A direção da Thyssen entrou no último dia 23 em período de silêncio, por motivos legais, que se estende até 14 de maio. No dia seguinte, a companhia apresenta, na Alemanha, os resultados do período compreendido entre outubro de 2012 e março deste ano.
Os dados devem mostrar que a CSA - de capital fechado no Brasil - ainda não se tornou um ativo lucrativo para o grupo, mas ao menos consolidou sua saída da zona de prejuízo. O desempenho do projeto obrigou, em 2012, a ThyssenKrupp a lançar como baixa contábil 3,6 bilhões em seu balanço, relativos às operações da divisão de aço no Brasil e no Alabama. Com isso, o valor da Steel Americas, como o grupo denomina as duas usinas, passou a ser contabilizado em 3,9 bilhões.
A Vale também contabilizou a perda de valor no balanço. A baixa foi de US$ 583 milhões, por sua participação de 26,87% na CSA. Não incluiu aí o contrato de longo prazo que tem com a siderúrgica para fornecimento de minério com exclusividade. Contrato do qual não pretende abrir mão.
O conselho de administração da Thyssen, desde 1º de abril presidido por Ulrich Lehner, apresentará, em reunião também prevista para maio, a avaliação do grupo siderúrgico sobre as propostas de compra da CSA. Os valores exatos apresentados pela brasileira CSN e pela argentina Techint não foram formalmente anunciados, mas os rumores é de que ambos ficaram muito abaixo das pretensões do grupo alemão.
Especula-se que a oferta encaminhada pela CSN, de Benjamin Steinbruch, ficou abaixo dos US$ 3,8 bilhões que chegaram a ser cogitados pelo mercado, numa negociação que envolveria também a unidade do Alabama, nos Estados Unidos, construída para laminar as placas produzidas na usina do Rio de Janeiro.
As ofertas pela CSA e pela unidade americana teriam ficado muito aquém do valor dos dois ativos - estimativas apontam que o valor atual das duas unidades rondaria US$ 5 bilhões. Por este motivo, apesar do elevado endividamento do grupo, os acionistas podem desistir, por ora, da conclusão do negócio.
Desistência. Na Argentina, o CEO da fabricante de aços planos Ternium (controlada pelo grupo ítalo-argentino Techint), Daniel Novegil, revelou ontem que o grupo já não está interessado na compra da CSA. "A Ternium não está mais participando do processo de venda da CSA, devido à diferença na percepção de valor e devido à situação da indústria", disse Novegil durante teleconferência com investidores. Sem mencionar detalhes sobre números, Novegil apenas informou da desistência da aquisição. / COLABOROU MARINA GUIMARÃES
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP