Preço mínimo não agrada o setor de café

O governo oficializou, ontem (7/5), um preço mínimo para o café arábica. O valor foi a R$ 307 por saca de 60 quilos, 17% mais do que o anterior.
O setor esperava, no entanto, pelo menos R$ 340, uma vez que a própria Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já havia indicado para o Ministério da Agricultura um custo próximo de R$ 336 por saca em novembro do ano passado, segundo João Lopes Araujo, produtor e presidente da Assocafé (Associação de Produtores de Café da Bahia).
"Não é o que nós queríamos. Esperávamos uma medida de impacto do governo para uma interrupção dessa queda contínua", diz ele.
Segundo Araujo, quando o comprador vê excesso de café no mercado, vai derrubando ainda mais os preços. Para sair dessa situação, a ação do governo deveria ser uma elevação maior do preço mínimo, adoção de leilões e financiamento de estoques.
Na avaliação do produtor e presidente da Assocafé, o governo estipulou esse preço para não "entrar no mercado comprando".
O preço mínimo definido está próximo do das negociações de mercado e o produtor vai preferir enfrentar a guerra dos compradores à guerra da burocracia governamental, diz ele. A saca do produto de melhor qualidade foi negociada a R$ 315 ontem.