terça-feira, 14 de maio, 2013

Lanxess vai fabricar plástico leve no país

O grupo alemão Lanxess vai inaugurar no início de 2014 sua sétima fábrica no Brasil. A nova unidade vai produzir plásticos de alta tecnologia para a indústria automobilística, os chamados plásticos de engenharia, em Porto Feliz (SP). Ao Valor, o presidente do conselho de administração da companhia, Axel Heitmann, afirmou que a unidade do interior de São Paulo se tornará o primeiro polo químico do grupo na América Latina.
O executivo não informou o valor dos investimentos. "Ainda estamos em análise", disse Heitmann. A Lanxess está fazendo fortes apostas nesse segmento. A companhia já produz esses plásticos de alta tecnologia na Alemanha, China, Índia e nos Estados Unidos. A expectativa é de que os plásticos substituam as peças metálicas dos automóveis, tornando-os mais leves. "O Brasil tem uma importância estratégica para o grupo. A demanda por esse tipo tecnologia tem crescido nos últimos anos", disse.
A unidade de Porto Feliz já concentra a produção de pigmentos inorgânicos de óxido de ferro voltados para indústria da construção civil, tintas e plásticos, e de bladders (utilizados no processo de fabricação de pneus). A unidade de bladders foi inaugurada oficialmente ontem e consumiu investimentos de R$ 25 milhões. Nessa fábrica, serão produzidas 170 mil unidades por ano. O grupo, que é um dos maiores produtores globais de borrachas de alta performance, decidiu entrar na divisão de bladders há dois anos e meio, com a compra da empresa argentina Darmex. Meses depois, adquiriu a americana Tire Curing Bladders. Como esses produtos costumam ser terceirizados, a Lanxess percebeu que havia uma oportunidade ao ter produção própria.
O Brasil responde por cerca de 10% do faturamento global da Lanxess, que encerrou no ano passado em € 9,1 bilhões. Além das duas unidades em operação em Porto Feliz (SP), a companhia tem uma unidade produtora de borracha sintética em Cabo de Santo Agostinho (PE), duas em Triunfo (RS) - uma delas produz borracha EPDM (voltada para vedação para carros) e outra de borracha de alta performance (E-SBR) -, além de uma fábrica em Duque de Caxias (RJ) para borracha padrão (E-SBR). Em março, o grupo alemão anunciou investimento de € 80 milhões para converter uma de suas unidades de Triunfo para produzir borracha voltada para "pneus verdes" de alto desempenho.
Impulsionado pelo bom desempenho da indústrias automotiva no Brasil, o grupo tem feito investimentos no país, apesar do cenário adverso para o setor químico.
Desde novembro passado, a União Europeia exige rotulagem em pneus com informações sobre aspectos de segurança e ambientais do produto, semelhante à etiqueta energética dos eletrodomésticos. Essa etiqueta facilita a comparação de pneus em termos de aderência em piso molhado, eficiência de combustível e ruído. No Brasil, a rotulagem será exigida a partir de 2016. Projeções indicam que a demanda global por pneu de alta performance aumente 77% entre 2010 e 2015.
Segundo Heitmann, a subsidiária local pode se tornar base exportadora do grupo. No entanto, o executivo está preocupado os altos custos de produção no Brasil. "O governo deveria trabalhar intensivamente para criar uma cadeia mais forte e competitiva", disse.
A Lanxess foi fundada em 2004, como resultado do "spin-off" dos negócios da Bayer. A empresa tornou-se referência global na fabricação de borrachas para pneus verdes. Nos últimos anos, tem crescido por meio de importantes aquisições. No Brasil, a empresa ganhou maior robustez em 2007 com a compra da Petroflex, a maior produtora de borracha sintética da América Latina por 370 milhões de euros, e da DSM Elastômeros por 310 milhões de euros.
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