quarta-feira, 22 de maio, 2013

Grupo Votorantim teve perda em 2012 de R$ 650 milhões

O grupo Votorantim deve publicar nos próximos dias o balanço operacional e financeiro de suas atividades industriais, que estão sob a gestão da Votorantim Industrial (VID). A expectativa do mercado é de sensível melhora nos resultados em comparação com 2012, principalmente no último trimestre, que trouxe pesadas perdas para o grupo. A VID compreende negócios de cimento - única atividade a gerar lucro no ano passado -, metais (alumínio, zinco e níquel), aço, celulose, suco de laranja e energia.
Os números do primeiro trimestre deverão balizar os dados da oferta pública inicial de ações (IPO) da Votorantim Cimentos. O grupo informou a intenção há um mês e a previsão de investidores que a oferta ocorra até julho. estima-se que alcance R$ 10 bilhões. O dinheiro será usado para a VC continuar seu plano de expansão local e internacional e para reforçar o caixa do grupo. Em período de silêncio devido ao IPO, o grupo não se manifesta sobre resultados.
Com os resultados negativos dos negócios da VID e da área financeira, gerida pelo Banco Votorantim, o grupo - que é controlado pela família Ermírio de Moraes - fechou 2012 com prejuízo de R$ 650 milhões, abaixo da previsão do mercado, sendo R$ 556 milhões atribuídos aos controladores. O desempenho reverteu o ganho de R$ 871 milhões em 2011, conforme informativo disponível no site da companhia.
A receita líquida consolidada da Votorantim Participações (VPAR), holding de todos os negócios do grupo, atingiu R$ 33,6 bilhões, abaixo dos R$ 34,1 bilhões de 2011. Os negócios do segmento industrial, conforme o balanço, cresceram 6,5%. Já o valor do setor financeiro retrocedeu 20%, para R$ 8,22 bilhões.
Os negócios industriais do grupo, divulgados antes, tiveram lucro de R$ 87 milhões em 2012, uma baixa de 93% ante o valor de R$ 1,28 bilhão do ano anterior. No quarto trimestre, a holding teve perda de R$ 111 milhões.
O desempenho da VID no ano foi fortemente afetado por retração de preços dos produtos, gastos nas unidades operacionais e por perdas financeiras de alguns negócios, apesar da alta de 5% na receita líquida, de R$ 24,8 bilhões. Isso se refletiu no ganho operacional (Ebitda) da holding, que registrou queda de 5%, para R$ 5,1 bilhões. A margem Ebitda recuou dois pontos percentuais, para 20,6%.
O resultado da holding sofreu o impacto das perdas ocorridas principalmente nas operações de metais não ferrosos (alumínio, níquel e zinco), de aço, suco de laranja e celulose, operado pela Fibria em parceria com o BNDES.
Os investimentos no ano, que tiveram forte concentração na área de cimento, caíram 20%, para R$ 3,1 bilhões, ante 2011. A dívida líquida da VID foi inflada em R$ 800 milhões, para R$ 18,4 bilhões, com a consolidação dos ativos herdados na Europa, África e Ásia da cimenteira portuguesa Cimpor. Está com prazo médio de amortização de 7,5 anos. A holding fechou o ano com caixa de R$ 7,1 bilhões.
A única atividade lucrativa na companhia foi a de produção de cimento, que apresentou ganho aproximado de R$ 1,8 bilhão. O negócio do Banco Votorantim, no qual divide o controle com o Banco do Brasil, meio a meio, resultou em prejuízo de R$ 789 milhões para o grupo, acentuando a perda de R$ 118 milhões do ano anterior.
A área de metais teve perda, apenas com a alumínio, zinco e níquel, de R$ 1,75 bilhão, decorrente de queda nos preços internacionais das commodities. Já em cimento, o ganho de R$ 1,79 bilhão. Com participação de 40% na receita e 60% no Ebitda da VID, a receita líquida cresceu 9%, para R$ 9,8 bilhões, e o resultado operacional, 11%, somando R$ 3,17 bilhões. A venda total da VC foram 27,4 milhões de toneladas.
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