quinta-feira, 02 de maio, 2013

Alimentos premium dão lucro milionário

Fabricantes de produtos para o mercado pet investem em exportação e em novos canais de distribuição, como supermercados e restaurantes, para escoar as mercadorias. Para suprir a demanda em um setor faminto por novidades, criam itens como chocolate e cervejas para cães. As marcas apresentam um crescimento médio anual acima de 10% e fazem parcerias com universidades e centros de pesquisa para desenvolver novas ofertas.
O empresário Nelo Marraccini Neto inova na produção porque acredita que os clientes estão mais meticulosos. "Eles viajam para o exterior, têm novas referências e querem produtos melhores." Marraccini comanda um grupo de empresas da área, que inclui a V.I.P.dog, de chocolates e biscoitos para cães; a Megazoo, de alimentos super premium para aves, primatas e peixes, além da São Francisco, que entrega mais de mil itens, entre produtos de beleza e acessórios. As companhias foram abertas nos anos 1990 e faturaram R$ 18 milhões no ano passado.
"As marcas crescem 14%, ao ano", diz o empreendedor, ex-funcionário de multinacionais do ramo de alimentação para pets e também acionista de uma empresa de logística e distribuição do setor. Para se ter uma ideia, a V.I.P.dog produz quase uma tonelada de chocolates ao mês, em versões crocante, ao leite e branco. A versão canina do doce é composta de uma mistura de leite, amido, gordura vegetal, maltodextrina e aroma de baunilha. Não contém açúcar e teobromina, substância contida no cacau, mas altamente tóxica para cães. Na última Páscoa, a fabricante aumentou a produção em 50% para atender a demanda, no Brasil e na América Latina.
Este ano, Marraccini deve investir R$ 3 milhões na compra de uma indústria de tapetes higiênicos para cães e na ampliação nacional da Megazoo. Recentemente, a marca apresentou uma linha super premium para peixes ornamentais, criada a partir de pesquisas feitas em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais. A produção inclui ainda itens de manutenção e tratamento de água de aquários, como material de limpeza e reguladores de pH.
No laboratório veterinário Vetnil, com sede em Louveira (SP), são fabricados 50 toneladas de suplementos e oito toneladas de medicamentos, ao mês, segundo o diretor de marketing Cristiano de Sá. Este ano, a estimativa é crescer 20%, ante 2012, quando faturou R$ 58 milhões.

Com uma área fabril de 4,5 mil m2, a empresa foi criada em 1994. Tem 200 colaboradores, dos quais 70 médicos veterinários. A produção é dirigida a cães, gatos e pássaros, além de roedores, equinos e animais de produção. A marca entrega uma linha de 92 produtos - e 38 são para bichos de pequeno porte. Fazem parte do catálogo itens mastigáveis que ajudam a controlar a presença de tártaro e o mau hálito, além de compostos vitamínicos indicados para situações de estresse dos bichos, como viagens. "Vamos buscar novos mercados, no Brasil e no exterior", afirma Sá.
A empresa já exporta para mais de 15 países, como Chile, Portugal e Emirados Árabes Unidos, além da República Dominicana, Panamá e Argentina. As exportações representam 3% do faturamento e a meta é ampliar essa parcela para mais de 10%. Cerca de dez novos produtos serão lançados em 2013.
Na carioca Dog Beer, o carro-chefe é uma cerveja desenvolvida especialmente para cães. "Trata-se de uma bebida sabor carne, sem álcool", explica Marco Melo, idealizador e proprietário da marca, resultado de um investimento de R$ 1,5 milhão. A ideia surgiu em 2007, quando ele percebeu que não havia petiscos líquidos no mercado pet.
Para criar a novidade, fez uma parceria com o Centro de Tecnologia Senai Alimentos e Bebidas (CTS Alimentos e Bebidas), em Vassouras (RJ), que faz consultoria tecnológica e projetos de pesquisa e desenvolvimento. O trabalho consumiu mais de dois anos de estudos, com um grupo formado por veterinários e especialistas em cerveja.
A meta era obter uma bebida rica em nutrientes e vitamina B. "Conseguimos reduzir os teores de carboidrato, substituindo-o por mais proteína." A cerveja foi lançada no ano passado. Hoje, o volume de produção é de 12 mil litros ao mês.
Além de cerveja, a fábrica entrega as bebidas H2Au e H2Miau, águas de baixo teor de sódio, para cães e gatos. "Queremos ser a primeira empresa do mundo especializada em bebidas para animais." A estimativa de Melo é que o faturamento da companhia ultrapasse R$ 2 milhões em 2013, com o aumento dos canais de distribuição. Ele também costura acordos de licenciamento de produtos, como mordedores e bebedouros, e investe no franqueamento. "Há 22 unidades em negociação do Dog Beer Café, um 'bar' temático para cães."
Este ano, a previsão do empreendedor é investir R$ 1 milhão em uma nova linha de produtos, que deve chegar às lojas em 2014. A exportação também está na agenda. "Já existe uma demanda para as vendas externas." Outro projeto é romper o limite das entregas somente nos pet shops. "Os donos de animais querem comprar suprimentos no mesmo lugar em que adquirem seus itens pessoais. Nosso foco é chegar aos supermercados, lojas de conveniência, bares e restaurantes."
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