sexta-feira, 29 de novembro, 2013

Smartphones vão assumir liderança nas vendas deste ano

No mercado de equipamentos de tecnologia, não há segmento que tenha uma base de 16 milhões de unidade e que dobre de tamanho em menos de um ano. Com essa frase, Leonardo Munin, analista de mercado da IDC Brasil, resume a importância que os smartphones ganharam no país.
A consultoria estima que, neste ano, as vendas de smartphones no Brasil vão chegar a 35 milhões de unidades, ante 16 milhões no ano passado, o que representa um salto de 122% no período. Os celulares convencionais, por sua vez, terão uma queda de 28,7%, para 31 milhões de unidades, ante 43,2 milhões em 2012.
Este é o primeiro ano em que os smartphones vão superar os celulares em vendas no Brasil. Esse movimento começou no segundo trimestre e tende a se intensificar daqui para frente. "A partir do momento em que o governo anunciou a isenção fiscal para os aparelhos, houve um estímulo dos consumidores a ir às lojas, antes mesmo da redução efetiva nos preços", disse o analista.
Em abril, o Ministério das Comunicações aprovou a desoneração fiscal dos smartphones fabricados no Brasil. A expectativa do governo era gerar uma renúncia fiscal por ano de R$ 500 milhões e trazer um impacto imediato em preços com a isenção de IPI e a renúncia de PIS e Cofins.
As redes de varejo, que têm mais capacidade de financiar vendas com prazos mais longos, se beneficiaram imediatamente com a mudança de cenário. De acordo com a IDC, neste ano, 52% dos smartphones vendidos no país saíram de redes varejistas e 48% foram negociados nas lojas das operadoras. No ano passado, metade das vendas eram feitas no varejo. Há dois anos, as redes varejistas respondiam por menos de um terço das vendas totais. "Nas lojas, mesmo que os consumidores não tenham encontrado inicialmente os preços que esperavam, acabaram levando os aparelhos porque as parcelas cabiam no bolso", disse Munin.
A partir de maio, com a chegada ao mercado dos aparelhos fabricados no Brasil com a isenção fiscal, os preços arrefeceram. Neste ano, o preço médio de um smartphone é estimado pela IDC em R$ 690, ante a média de R$ 877 em 2012, o que corresponde a uma queda de 21%. Munin disse que as operadoras também se esforçaram para oferecer opções com preços ainda mais baixos. Ele citou o lançamento pela Vivo de um smartphone com o sistema operacional Firefox, da fundação Mozilla, a R$ 399. "Existe uma parcela das classes de renda mais baixa que ainda não tem smartphone e começa a acessar esse mercado com os aparelhos de baixo custo", disse.
Outro fator que estimula as vendas desses aparelhos é o fato de os fabricantes terem ampliado suas linhas de modelos que podem operar com dois ou mais chips, atendendo aos interesses de consumidores que aproveitam promoções de diferentes operadoras ao longo do mês. Isso sem falar na tendência dos consumidores de buscar a conveniência no acesso à internet, para acessar e-mails, sites e redes sociais de qualquer lugar a qualquer momento.
Munin considera, no entanto, pouco provável que os celulares convencionais possam desaparecer do mercado. Ele lembra que nas regiões Nordeste e Norte o consumo de celulares tradicionais ainda é bastante forte. "No futuro, esses aparelhos serão usados para atender a alguns nichos, mas eles ainda apresentam um volume significativo para desaparecer no curto prazo", disse.
No terceiro trimestre, as vendas de aparelhos convencionais caíram 33% em relação ao mesmo período de 2012, para 7,5 milhões de unidades. As vendas de smartphones aumentaram 147%, chegando a 10,4 milhões de unidades.
Valor Econômico - 29/11/2013
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