quinta-feira, 16 de agosto, 2018

JBS e Marfrig se concentram na dívida após prejuízo

Os resultados da JBS e da Marfrig no segundo trimestre foram marcados por prejuízos causados pela depreciação do real. Mas analistas acreditam que os próximos balanços devem ser melhores, se as companhias cumprirem a promessa de reduzirem as dívidas.A JBS encerrou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 826,9 milhões, ante lucro de R$ 474,8 milhões no mesmo período do ano passado. Já a Marfrig registrou um prejuízo líquido de R$ 582 milhões, ante R$ 262 milhões de perdas no segundo trimestre de 2017. De acordo com a analista da Agrifatto, Lygia Pimentel, a operação das empresas piorou de um ano para cá, mas não está tão ruim quanto a linha de baixo de seus balanços poderia levar a crer. O que realmente pesou no trimestre foi a depreciação do real frente ao dólar, causando impacto nas dívidas das companhias, muito atrelada à moeda norte-americana. “A desvalorização do real impactou forte nas despesas financeiras”, avalia.O presidente do conselho de administração da JBS, Jeremiah O’Callaghan, ressaltou em teleconferência para investidores que a dívida líquida da companhia caiu R$ 2,1 bilhões na comparação com 2017. “O plano de redução da alavancagem segue e estamos focados em crescimento orgânico, não pensamos em fazer aquisições em um futuro próximo”, afirmou, quando lembrado do histórico do frigorífico de comprar diversos concorrentes.Já no caso da Marfrig, o presidente do conselho, Marcos Molina, garantiu que a perspectiva para o negócio está melhor do que era previsto e que a venda da Keystone – marca que opera com 19 unidades produtivas nos EUA, Ásia e Oceania –, prevista desde o primeiro trimestre, deve contribuir para a redução da dívida. “Nosso compromisso com a alavancagem permanece inegociável. Quando concluída a venda da Keystone, seremos a empresa com a menor alavancagem do setor”, disse. Lygia explica que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) distribuiu muito crédito para os grandes frigoríficos no fim da década passada, o que causou um aumento relevante na alavancagem do setor. “Essa alavancagem alta tem que ser reduzida no longo prazo.” Perspectiva positiva A analista defende que o mercado interno vai melhorar pela maior oferta de bois e alto patamar de retenção de fêmeas no âmbito nacional, de modo que se as empresas conseguirem cumprir seus planos de redução de dívidas, as condições serão favoráveis para uma melhora nos números trimestrais.“A componente de retomada econômica no consumo interno só terá uma definição mais clara após as eleições. De qualquer modo, é importante reduzir a alavancagem para ficar menos exposto à desvalorização cambial”, conclui. Na B3, as ações da Marfrig tiveram queda de 6,42% a R$ 6,70, enquanto os papéis da JBS foram na contramão e subiram 2,8%, para R$ 9,17.
DCI - 16/08/2018
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