terça-feira, 24 de julho, 2018

Receita de telefonia móvel deve voltar aos níveis pré-crise na TIM e Claro

A alta nas receitas de telefonia móvel da TIM e Claro durante os primeiros seis meses do ano deve permitir a retomada de patamares semelhantes aos de 2014. No ano passado, ambas as operadoras registraram crescimento na modalidade, mas sem força para igualar níveis pré-crise.De janeiro até junho, a receita da TIM com o serviço móvel somou R$ 7,536 bilhões, em salto interanual de 5,8% (apenas no segundo trimestre, a alta foi de 5,7%). Na Claro, os R$ 5,946 bilhões gerados em seis meses representaram alta de 10,1% em um ano; entre abril e junho, o incremento atingiu 11,9%.De acordo com o diretor de pesquisa e consultoria da Frost & Sullivan Brasil, Renato Pasquini, o movimento positivo está mais relacionado a fatores exclusivos da indústria – como o foco em 4G, 4,5G e clientes de alto valor, a migração rumo ao pós-pago e a consolidação de serviços digitais – do que “à recuperação macroeconômica.”“Finalmente o crescimento de dados e serviços de valor adicionado [ou SVAs] está se sobrepondo à queda dos serviços de voz tradicional”, sinalizou Pasquini ao DCI. No caso da Claro, a forte performance na vertical móvel causou surpresa entre analistas; questionado sobre o movimento, o CEO da América Móvil (que controla a Claro Brasil), Daniel Hajj, afirmou que “é possível crescer 9% ou 9,5%” no ano.Em 2017, a alta de 3,1% no serviço móvel da Claro (para R$ 11,017 bilhões) não permitiu que os níveis de 2014 (R$ 11,073 bilhões) fossem recuperados. Cenário semelhante foi verificado na TIM, onde salto de 5,1% em 2017 (para R$ 14,687 bilhões) não igualou os R$ 15,746 bilhões do pré-crise. Neste ano, o incremento registrado na empresa ítalo-brasileira foi motivado por aspectos como a alta no tíquete médio (ou ARPU, no jargão técnico), que avançou 13% no segmento móvel entre abril e junho, compensando derretimento de 7% na base de usuários em um ano (de 60,8 milhões para 56,5 milhões). Durante teleconferência realizada na última sexta-feira (20), o agora ex-CEO da TIM, Stefano De Angelis, destacou a migração de clientes pré-pagos para a modalidade Controle como uma das causas do maior gasto médio. Segundo ele, o próximo passo “é tentar passar os usuários Controle para o pós-pago”. Hoje, pouco mais de um terço dos clientes TIM (ou cerca de 19 milhões) são pós-pagos. Segundo Pasquini, benefícios de fidelidade e atendimento customizado podem incentivar tal movimento, caso ofertados pelas operadoras. “O problema é que hoje o mais que atrai clientes é aumentar as cotas de dados.”Ao lado da voz ilimitada e do uso gratuito de certos apps, a ampliação das franquias de dados é um dos caminhos seguidos pela indústria na guerra pelo cliente que se intensificou nos últimos meses. “Há uma certa agressividade nos pacotes ofertados atualmente”, admitiu De Angelis, observando que a tendência é global.Já o número absoluto de chips ativos no Brasil, por outro lado, segue em queda: o País fechou maio com 235 milhões de linhas móveis operantes, ou 6,66 milhões a menos que no mesmo mês de 2017. Concorrentes Se na Claro e TIM a telefonia móvel pode retomar os níveis pré-crise neste ano, cenários distintos ocorrem na Oi e Vivo.No caso desta, as receitas com a modalidade não recuaram nem mesmo em 2015 e 2016, considerados os piores anos para a indústria. Em 2017, os R$ 25,388 bilhões gerados com o serviço móvel representaram alta interanual de 4,3%. No primeiro trimestre deste ano (os resultados do segundo trimestre saem nesta quarta), o salto registrado foi de 2,8%, para R$ 6,379 bilhões.A Oi, por sua vez, viu a receita com mobilidade pessoal recuar 6,4% no primeiro trimestre, para R$ 1,768 bilhão. No ano passado, os R$ 7,415 bilhões da modalidade foram 2,7% menores que em 2016. A companhia apresenta os números do segundo trimestre em 13 de agosto.
DCI - 23/07/2018
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