quarta-feira, 15 de junho, 2016

Unilever tem se esforçado "duas vezes mais" para crescer no país

A multinacional anglo-holandesa Unilever está precisando se esforçar "duas vezes" mais para assegurar o crescimento de seus negócios no Brasil, em meio ao cenário de contração da economia, disse o presidente mundial do grupo, Paul Polman, ao Valor.
A Unilever comercializa no mercado brasileiro 700 produtos de 25 marcas, incluindo o sabão em pó Omo, os sorvetes Kibon, a linha de cuidados pessoais Dove e a maionese Hellmann's.
O executivo estará no Brasil durante a Olimpíada do Rio e examinará o ambiente de negócios em um momento marcado também pela turbulência política.
"Há um período de mudança política no Brasil, e é muito importante apoiarmos o êxito do país, porque (isso) é importante também para o êxito do mundo inteiro", afirmou.
Para Polman, não há dúvida de que a situação política global é difícil. "Podemos ver isso nos Estados Unidos, na Inglaterra e também no Brasil. E é um momento para reflexão sobre como podemos funcionar, e assegurar que mais gente possa participar da economia, ter um futuro mais positivo e mudar o sistema de governar." Segundo ele, é preciso que mais empresas "façam seus negócios de maneira responsável, sustentável, e esse é o momento também no Brasil", dando como exemplo a Natura.
O executivo acrescenta que "precisamos dar apoio ao Brasil" também pela importância do país em qualquer debate sobre meio ambiente. E destaca a contribuição brasileira para o acordo global fechado na conferência sobre o clima em novembro de 2015 em Paris.
Indagado sobre o impacto de mais um ano de recessão no Brasil sobre os negócios da empresa, o presidente mundial da Unilever disse que "a situação econômica todo mundo pode ler nos jornais, não necessito falar".
"No caso da Unilever, trabalhamos um pouco mais forte para termos resultados bastante positivos. Mas precisamos duas vezes mais força para (isso)", ressaltou o executivo.
Em janeiro, em entrevista durante a realização do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Polman afirmou que a estratégia para atravessar o segundo ano de recessão no Brasil passava por ampliar a oferta de produtos de baixo preço e levar adiante projetos para reduzir custos.
Ele confirma que novos produtos foram introduzidos no mercado brasileiro para assegurar crescimento e criar empregos, e reiterou a importância de esforço adicional para um bom desempenho no atual cenário econômico.
Segundo Polman, a Unilever está investindo em uma nova fábrica de sorvetes no Brasil, em Pernambuco, e continua a olhar o país pelo potencial de oportunidades que tem no longo prazo.
Ao participar de evento da consultoria EY em Mônaco na semana passada, ele destacou que com os políticos em todo o mundo "under delivering" (apresentando resultados insuficientes), os presidentes das companhias precisam se envolver mais nas questões globais.
"A seu ver, a melhor maneira de fazer isso é ter um claro propósito. Quando o mundo é tão volátil, ele nos dá um farol", disse Polman. "Quanto mais forte for o seu propósito, mais fácil é ver para onde você está indo." Para o executivo, uma vantagem adicional é que "as marcas com um propósito forte crescem mais rápido e têm mais lucro".
Valor Econômico
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