terça-feira, 14 de junho, 2016

Geada faz feijão subir mais; café tem avanço

Os preços do feijão, que já estão no mais alto patamar da história no país, subiram ainda mais ontem refletindo notícias de geadas nos Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Na zona cerealista do Brás, na capital paulista, a saca do feijão carioca de qualidade entre 9 e 9,5 foi cotada entre R$ 550 e R$ 570. O tipo 8 foi cotado entre R$ 510 e R$ 540 por saca.
"Estamos fazendo um levantamento minucioso para saber qual o real tamanho desse estrago, mas já se sabe que no sul de São Paulo a geada praticamente acabou com todas as lavouras de feijão", afirmou o analista Juliano Seabra, do Centro de Inteligência do Feijão.
Segundo ele, há notícias de desabastecimento de feijão em várias cidades do país e, em junho, esse cenário não vai mudar. "Com oferta de apenas 2,1 mil sacas, o mercado (no Brás) sofreu novas oscilações positivas entre R$ 10 e R$ 20, e a tendência é de novas oscilações ao longo da semana".
Os temores com os efeitos do frio intenso na safra 2016/17 - que está sendo colhida - também influenciaram o mercado futuro de café em Nova York ontem, que fechou com pequena alta. Regiões produtora do país foram afetadas por baixas temperaturas no último fim de semana, gerando preocupação entre os investidores. Na bolsa americana, os contratos com vencimento em setembro subiram 45 pontos a US$ 1,393 a libra-peso.
No norte do Paraná, onde foram registradas "geadas moderadas", as lavouras de café tiveram "algum prejuízo", segundo a meteorologista Angela Costa, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
O maior receio é com Minas Gerais, principal Estado produtor de café arábica do país. "As regiões mais altas de Minas Gerais e mais vulneráveis a geadas coincidem com as principais áreas produtoras de café arábica do Brasil, por isso o mercado estará atento às previsões para a região durante esta semana", destacou a corretora Zaner Group, em nota.
Mas a Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG) - informou que, nos últimos dias, "não houve geadas expressivas em sua área de atuação", ou seja, no sul de Minas, no Cerrado Mineiro e no Vale do Rio Pardo, em São Paulo.
Por meio de sua assessoria, a cooperativa, maior exportadora de café do país, disse que "foram registradas geadas em algumas áreas de baixadas, mas, mesmo, assim, nada de muita relevância a ponto de afetar a produção prevista" para a safra 2016/17. A estimativa da Cooxupé é que seus cooperados produzam 7,5 milhões de sacas de café arábica no atual ciclo.
Valor Econômico
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