quarta-feira, 15 de junho, 2016

Fim da internet ilimitada atingirá e-commerce

São Paulo - A possibilidade do fim da internet banda larga fixa ilimitada, aventada pelas operadoras de telefonia, deve impactar negativamente as operações virtuais de todos os portes, segundo a FecomercioSP.
Para o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Federação, Pedro Guasti, é difícil mensurar o quanto a medida vai impactar, mas certamente é prejudicial para qualquer negócio virtual. "Se o usuário tem limitação de uso, ele pode ter dificuldade de navegar em lojas virtuais, uma navegação mais lenta ou eventualmente impossibilidade de acesso, o que pode acarretar em diminuição das vendas para o setor", cravou o especialista.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em comunicado, apontou que "Entende que tal medida é uma violação da Lei 12.965/2014, o Marco Civil da Internet, cujo art. 7º determina o acesso à internet como essencial ao exercício da cidadania", informava a nota.
"Dentre os direitos assegurados, neste caso, destacam-se a não suspensão da conexão à internet - salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização - e a manutenção da qualidade contratada do serviço", completava.
Guasti reforça que os consumidores são os primeiros a serem prejudicados. "Antes compravam um pacote de serviço com acesso ilimitado, e com a franquia passam a ser muito mais seletivos naquilo que navegam, seja os que usam note, desktop ou dispositivo móvel. E com certeza quando precisarem do e-commerce terão problemas de navegação".
Ele explica ainda que, após debater internamente o assunto, que estava suspenso desde abril deste ano, a Anatel informou que não poderá proibir as empresas provedoras de internet a limitarem a banda larga fixa dos usuários, "ou seja, as operadoras estão livres para reduzir ou cortar o acesso dos clientes que ultrapassarem os limites de seus pacotes de dados", finaliza.
Outros impactos
Além de poder prejudicar as operações virtuais, especialistas ouvidos pelo DCI apontam que a oferta de wifi gratuito, que hoje é um atrativo para o consumidor, também deixarão de existir. "Será um período de adaptação [caso seja aprovado o fim da internet ilimitada]. Nesse momento os varejistas, principalmente os menores, vão precisar começar a cobrar a internet dos consumidores, o que pode resultar e menos disposição do cliente em frequentar o espaço", afirmou o especialista em perfil do consumidor e professor da Unip, Sérgio Sarte.
O acadêmico completa ainda que isso pode diminuir a concorrência entre lojistas com portes diferentes. "Enquanto as grandes companhias conseguem fazer planos de internet muito maiores, os pequenos terão que ficar renovando a franquia, o que poderá resultar em um descontrole dos custos fixos", disse ele.
Com relação às operações virtuais, o acadêmico aponta que a falta de conhecimento do consumidor sobre o volume de dados usados pode resultar no bloqueio da internet bem na hora de efetuar uma compra.
DCI
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