Monday, July 11, 2016

Na categoria sem álcool, a expansão está em água de coco, chá e água mineral

Um estudo realizado pela consultoria Nielsen indica que, desde 2015, as categorias de água mineral, água de coco e chá pronto para beber são as únicas de bebidas não alcoólicas que se mantêm em crescimento no país.
De acordo com o levantamento, no acumulado de 12 meses até maio, das 11 categorias avaliadas pela Nielsen, chá pronto tem o maior crescimento em relação aos 12 meses anteriores, com alta de 5,8%. Em seguida aparecem água mineral, com crescimento de 2,8%, e água de coco, com avanço de 1,8%.
No ano fechado de 2015, as três categorias também foram as únicas a apresentar expansão, de 12,4% para água de coco, 10,3% para chás líquidos e 5,2% para água mineral. As demais linhas (refrigerantes, sucos prontos, suco em pó, energéticos, bebidas à base de soja, isotônicos e guaraná) acumulam quedas desde o ano passado.
"Os consumidores ainda tendem a buscar produtos mais saudáveis. Mas há mudanças no comportamento, com a procura por promoções, embalagens econômicas ou marcas mais baratas", afirmou Daniel Souza, líder da indústria de bebidas na Nielsen.
Ele acrescentou que, em alguns casos, os consumidores chegam a mudar de categoria de produto. "Refrigerante é a categoria que mais sofre, com trocas por refresco em pó, suco pronto ou suco feito em casa", observou Souza. De acordo com a pesquisa, 80% do volume perdido de refrigerantes foi por trocado por outros produtos, principalmente suco em pó, usado como substituto em 53% das ocasiões de compra.
Aqueles que não trocaram de produto buscaram opções mais baratas, seja com troca de marcas, busca de embalagens econômicas ou mudança do local de compra. "Há uma tendência crescente de substituição das compras em hipermercados pelo atacarejo, que oferece preços mais baixos", disse o analista. Atualmente, 48% dos itens do atacarejo são os mesmos de um hipermercado. Desse total, 82% são mais baratos. Em média, os produtos no atacarejo são 13% mais baratos do que no hipermercado, aponta a Nielsen.
Diante desse cenário, as indústrias têm optado por oferecer alternativas mais baratas, como a garrafa retornável ou conjuntos de garrafas e latas com preço unitário mais baixo. Com essas estratégias de embalagens e distribuição, as marcas líderes conseguem se sair melhor no cenário de crise do que concorrentes menores, aponta a Nielsen.
No segmento de bebidas não alcoólicas, 56% das marcas líderes ganharam participação de mercado em 2015, enquanto no ano anterior 33% das marcas líderes tomaram espaço de concorrentes menores. "Os líderes conseguiram responder melhor e mais rapidamente às mudanças de hábitos do consumidor", disse Souza. O analista acrescentou que a troca de marcas foi menos intensa em refrigerantes. Já nas categorias de sucos, chás e águas de coco a migração para concorrentes que oferecem preço mais baixo foi maior.
Souza considera que a tendência de substituição de marcas ou de linhas de produtos por conta dos preços continuará ao longo de 2016. "Há uma expectativa de que a crise política diminua a partir de agosto e haja uma melhora nos níveis de confiança de consumidores e empresas. Mas isso não se reverterá em aumento do consumo no curto prazo", disse o analista.
Valor Econômico
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