Thursday, May 19, 2016

Brasil derruba exportação de uísque escocês

Brasil derruba exportação de uísque escocês
As exportações de uísque escocês caíram novamente no ano passado, como um reflexo das difíceis condições mundiais. As quedas alimentaram a preocupação com um possível superinvestimento, já que novas destilarias foram abertas nos últimos anos.
A Associação do Uísque Escocês disse, no entanto, que ainda vislumbra "oportunidades de crescimento", especialmente para os uísques "premium", como os "single malts" [produzidos a partir de uma mistura de grãos maltados e destilados em um único local, diferentemente dos "blends"]. "O quadro de mais longo prazo é de crescimento da demanda, novos investimentos e produtos mais caros e de melhor qualidade", disse o presidente da associação, David Frost.
Em 2015, o volume das exportações de uísque escocês caiu 2,8%, ano a ano, para 1,16 bilhão de garrafas, e seu valor alfandegário recuou 2,4%, para 3,86 bilhões de libras esterlinas - um recuo consideravelmente mais lento que a redução de aproximadamente 7% sofrida por esses dois parâmetros em 2014.
Dados semestrais também sugeriram que a taxa de queda desacelerou durante 2015.
A associação informou que um terço da diminuição total das exportações ficou por conta do Brasil, onde a demanda recuou 20% depois da drástica reversão das perspectivas da economia do país. O valor das exportações para o Brasil caiu 30%, para 56 milhões de libras esterlinas, no ano passado.
Já as vendas de uísque para o Japão tiveram uma recuperação ano a ano de 18%, para 76 milhões de libras esterlinas, e houve um crescimento drástico em alguns mercados emergentes. O México, por exemplo, adquiriu 17% mais uísque, totalizando 115 milhões de libras esterlinas, enquanto as remessas para a Turquia cresceram 24%, para quase 53 milhões de libras esterlinas.
Na China - onde as vendas foram prejudicadas pela repressão do Partido Comunista à corrupção e ao consumo extravagante das autoridades - as vendas diretas tiveram recuperação de 5%, para 41 milhões de libras esterlinas.
A associação chamou a atenção para a persistente relevância do setor de uísque no mercado da União Europeia (UE), que absorveu 1,2 bilhão de libras esterlinas do produto em 2015. Esse alto consumo é considerado uma advertência implícita contra o voto para que o Reino Unido deixe a UE no referendo marcado para o mês que vem.
"A continuidade da filiação à UE também contribuirá para dar sustentação às exportações de uísque escocês para o mercado único e deixará o "scotch" bem- posicionado para se beneficiar das tarifas mais baixas e do acesso mais justo ao mercado que a UE tem conseguido oferecer... a países do mundo inteiro", afirmou Frost.
As vendas para a UE tiveram queda de 3,6% no ano passado, enquanto as destinadas à América do Norte subiram 3%, para 941 milhões de libras esterlinas, ajudadas pela estabilização do mercado americano e pelo crescimento de 15% registrado no Canadá.
Segundo a associação, persiste a tendência de reduzir a dependência do mercado dos "blends", com a ligeira alta obtida no ano passado pelas exportações de uísque "single malt", para 916 milhões de libras esterlinas.
Valor Economico - 19/05/2016
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