Friday, November 29, 2013

Fabricante quer ampliar o uso de PET no setor de cosméticos

Ampliar o uso de embalagens PET pelo setor de cosméticos é o plano da fabricante paulista Spiltag para multiplicar por cinco sua receita até 2018. A empresa, que aposta em customização e pequenos volumes para atender clientes como Niely, Mahogany e Jequiti, investe em novas máquinas, certificações e na adoação do sistema lean para preparar sua produção para o crescimento.
"Atendemos hoje cerca de 800 clientes. Nossa ideia não é aumentar essa base, mas o que eles compram", diz o empresário Luiz Gustavo Spila, que assumiu a empresa de seus pais em 2011. "A embalagem PET ainda não participa tanto do mix dos clientes, compondo um ou dois itens. Queremos trabalhar para aumentar isso", adianta. Segundo ele, antes havia um grande empecilho para isso, que era a diferença de preço em relação ao polietileno, por exemplo. "Hoje a distância tem diminuído", afirma.
Com planta em Marília (SP), a empresa criada em 1996 iniciou suas atividades voltada para a produção em massa de embalagens para os segmentos de bebidas e líquidos, como refrigerantes, bebidas quentes, shoyu e querosene. A partir de 2003, passou a atuar no mercado de cosméticos, de maior valor agregado.
"Chegou num ponto em que nosso modelo de manufatura já estava desgastado, estávamos voltados para a produção em massa, quando nosso clientes exigiam cada vez mais flexibilidade. Em busca de melhores margens, nos voltamos ao setor de cosméticos, com uma variedade de produtos muito grande", relata.
Com crescimento médio de 6% ao ano nos últimos anos - ante avanço médio de 10% ao ano no faturamento do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, segundo a associação do setor -, coube a Spila a missão de alavancar o crescimento da empresa. A meta é chegar a R$ 150 milhões em cinco anos, ante a projeção de fechar 2013 com um faturamento de R$ 29,6 milhões.
Para isso, a fabricante ampliou sua equipe de vendas de sete para 18 representantes, que passaram por treinamento para melhor entender as necessidades da empresa. "Investimos na flexibilidade da manufatura e proximidade com o cliente, com maior variedade de itens em linha, que podem ser vendidos em quantidades pequenas - a maioria das empresas trabalha com lotes grandes, nós podemos produzir um lote de uma caixa", diz.
Outra mudança é a implantação do lean manufacturing ("manufatura enxuta", em inglês, prática de gestão criada na indústria japonesa Toyota). "Procuramos identificar as atividades que agregam valor e as que são desperdícios, para fazer mais com menos. Trabalhando enxuto, conseguimos reduzir custos fixos", afirma.
O empresário também investiu em certificações, que favorecem a empresa na concorrência pelo fornecimento a grandes fabricantes. A indústria já conta desde 2005 com o certificado ISO 9001, de gestão de qualidade. Este ano, conquistou o ISO 14001, de meio ambiente. Agora, a empresa deve investir em certificações de segurança do trabalho e responsabilidade social. "Os maiores clientes auditam as empresas parceiras, então a certificação abre algumas portas", avalia o diretor.
De olho em 2014
Os resultados começam a aparecer, garante o empresário. "O que temos recebido de pedidos no último trimestre já indica taxas de crescimento maior a partir de 2014", conta. Normalmente, este é um trimestre de queda na curva de sazonalidade, pelo fato de as indústrias de consumo já terem realizado suas compras para atender à demanda de fim de ano.
Segundo Spila, a taxa de utilização do parque industrial da empresa está em 80% e serão investidos cerca de R$ 2 milhões para ampliação da capacidade produtiva em 15% no próximo ano. "Para suportar o crescimento até 2018, precisaremos investir cerca de R$ 2,5 milhões ao ano apenas em equipamentos", projeta. Além da ampliação de capacidade, o ganho de produtividade nos equipamentos já instalados também deve dar margem ao crescimento de produção, prevê.
Tendo como principais concorrentes a catarinense AB Plast e a também paulista Igaratiba, a empresa compra resina PET da líder de mercado nacional M&G e, para o próximo ano, planeja firmar contrato de fornecimento mais longo, para reduzir sua exposição à variação do dólar. "Trabalhamos com estoque semanal, então a flutuação do dólar no terceiro trimestre nos preocupou. Para o ano que vem vamos buscar reduzir essa exposição, talvez negociando com o fornecedor compras maiores, com entrega em lotes parcelados. Mas estamos estudando o melhor caminho", diz.
Para 2014, a empresa pretende ainda ampliar sua participação no mercado externo, onde começou a atuar no ano passado, através de distribuidores no Paraguai e Colômbia. "Estamos participando de feiras no exterior e o próximo passo será ampliar nossa equipe própria de vendas internacionais, para atender indústrias médias e grandes", diz. Hoje as vendas ao mercado externo representam menos de 5% do total e a expectativa é chegar a uma participação de até 10%.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 28/11/2013
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