sexta-feira, 11 de setembro, 2020

Resinas permitem criar barreiras seguras ao avanço da Covid-19

A Covid-19 ampliou a visibilidade e alavancou a produção de duas aplicações de proteção humana feitas de plásticos. Uma delas, materializada nas divisórias transparentes que agora separam atendentes e público em supermercados e outros estabelecimentos comerciais. Outra, composta pelas face shields, como são denominadas as máscaras faciais rígidas antes utilizadas apenas em atividades muito específicas, mas agora vistas defronte aos rostos de milhares de profissionais da chamada ‘linha de frente’ do combate ao coronavírus – médicos, enfermeiros, policiais, entre outros – e também de gente interessada somente em uma proteção adicional àquela proporcionada pelas máscaras flexíveis.
A produção desses artigos é simples, geralmente feita com o corte de chapas extrudadas – ou laminadas, em alguns casos – de diferentes resinas, como copoliésteres, PC (policarbonato), PP (polipropileno), PET e acrílico. Há também a injeção de alguns tipos específicos de máscaras, enquanto o acrílico pode ser aproveitado tanto nas chapas extrudadas do polímero PMMA, quanto nas chapas produzidas pelo processo cast, no qual a polimerização ocorre com o monômero MMA inserido entre duas placas de vidro, e submetido a temperaturas elevadas.
Entre as resinas mais usuais nessas aplicações, logo de cara se destacou o PET-G, um copoliéster que, frente ao súbito e acentuado aumento da demanda, até enfrentou problemas de abastecimento: “Ficamos alguns dias sem estoque no Brasil e em vários outros países, mas esse estoque já está normalizado”, comenta Alessandra Lancellotti, responsável por desenvolvimento de negócios com plásticos especiais da Eastman, empresa que tem o PET-G em seu portfolio.
Copoliésteres, destaca Alessandra, têm diferenciais bastante favoráveis a essas aplicações: uma delas, a elevada resistência química. “É uma característica importante nesse gênero de aplicações, que são constantemente limpas, com álcool 70° INPM e com outros sanitizantes ainda mais agressivos; sem resistência química, as peças vão ficando esbranquiçadas, prejudicando a visibilidade, e podem até craquelar”, ressalta.
Além do PET-G, que comercializa com a marca Spectar, para face shields e divisórias de lojas, a Eastman fornece também a linha Tritan, de copoliésteres com resistência química e mecânica superior. “Por questão de custo, a linha Spectar tem volume maior de utilização; a linha Tritan é mais utilizada em aplicações específicas e de nicho”, diz Alessandra.
Também o polipropileno se colocou entre as resinas que hoje viabilizam a produção, em larga escala, das barreiras de lojas e das máscaras rígidas; especialmente, na produção das face shields, na qual ele aparece em dois componentes: nas placas transparentes e no suporte de fixação dessas placas ao rosto do usuário.
Nas placas, ressalta Emir Grave, engenheiro de aplicação para o segmento de bens de consumo da Braskem, fabricante dessa resina, o PP agrega características como transparência, leveza, resistência química para desinfecção por álcool, por outros desinfetantes e até por água quente. “Os grades de PP random, de alta transparência, são os mais indicados para essa aplicação”, ele especifica. “Ao lado do PET-G, o polipropileno vem sendo a resina mais utilizada nas placas de face shields”, acrescenta Grave.
Nos suportes de fixação das máscaras, nos quais o PP é talvez a resina mais usual, vem sendo muito empregada a impressão 3D, explica o profissional da Braskem.
Utilizada inclusive por voluntários e por entidades de pesquisa, essa tecnologia permitiu disponibilizar essas peças muito rapidamente, sem a necessidade dos investimentos necessários aos moldes, indispensáveis ao processo de injeção. “A impressão 3D é uma tecnologia muito adequada para esse tipo de demanda, que cresce muito rapidamente em um momento específico”, observa.
Plástico Moderno - 11/09/2020
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