quarta-feira, 22 de julho, 2020

Vacina chinesa contra coronavírus pode ser liberada no fim do ano

O novo secretário de saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn disse na manhã desta quarta-feira (22) que a vacina chinesa contra o coronavírus pode ser liberada emergencialmente no fim deste ano, caso os testes com os voluntários sejam bem sucedidos. Gorinchteyn assumiu a pasta nesta terça-feira (21) em substituição à José Henrique Germann.
"Quando vivemos uma situação que nós chamamos pandêmica, que é uma epidemia em todos os continentes do mundo, nós passamos a ter uma necessidade emergencial da disponibilização de vacinas", disse ele.
O secretário citou a alta de casos nos municípios de todo o país. "Nós ainda não controlamos a epidemia em nosso meio. Dessa maneira, ter uma vacina é fundamental. Baseado nisso, se nos próximos 3 meses esse nível de anticorpos for elevado, e mais do que isso, mantiverem-se estabilizados, muito possivelmente os órgãos regulatórios como, por exemplo, a Anvisa, vão liberar de forma emergencial, e, dessa forma, o primeiro grupo de pacientes já passaria a receber essa vacina. Talvez em dezembro mesmo ou possivelmente, muito possivelmente, já a partir de janeiro. Todas essas prospecções vão depender desses testes”, afirmou.
A terceira fase de testes no Brasil começou nesta terça (21) no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ao todo, 9 mil profissionais da saúde devem participar dos testes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília. Esta é a terceira fase da vacina.
Em São Paulo, serão testados 890 profissionais de saúde. Os voluntários serão acompanhados por uma equipe científica durante três meses. Após a aplicação da primeira dose, os voluntários receberão uma segunda dose da vacina 14 dias depois.
Questionado se o retorno às aulas presenciais vai ocorrer em 8 de setembro, Jean Gorinchteyn voltou a dizer que vai depender do monitoramento das regiões que devem se manter por 28 dias na mesma fase de flexibilização do plano de reabertura da economia.
“O que nós temos visto é que ainda algumas regiões retrocederam. Para que possa ser mantida a previsão de início de aula em setembro, as 17 regiões de saúde tem que estar amarelas. Se apenas uma delas estiver laranja, isso não passa a acontecer. Nós precisamos ter 17 áreas de saúde mantidas por 28 dias. Temos que garantir que nenhuma região possa retroceder. Não podemos colocar principalmente as crianças em risco", explicou.
Nesta terça, Jean disse que irá trabalhar mais próximo às prefeituras que registram aumento de casos de Covid-19 no estado.
"A partir do momento que estamos tendo qualquer risco em alguma cidade específica, seguramente, representando o governo do estado, eu vou estar indo até lá para poder entender. Nós estamos perdendo o quê? Por que as pessoas estão morrendo? Por qualificação na assistência? O que falta? Faltou leito de UTI? Faltou estratégias de prevenção? Tudo isso seguramente vão ser coisas que nós estaremos fazendo. Eu vou ser um secretário de gabinete, mas um secretário de condutas proativas representando o governo do estado nesses municípios porque é isso que a população espera do governo estadual", afirmou o novo secretário da Saúde.
Jean Gorinchteyn destacou ainda que os municípios que registram aumento de casos confirmados de mortes pela Covid-19 devem redobrar os cuidados para evitar aglomerações que a reabertura de setores econômicos possa possibilitar.
"Seguramente, tanto prefeitos quanto secretários municipais da saúde devem sim criar estratégias no sentido de impedir grandes aglomerações. E grandes aglomerações decorrem de reabertura muito mais ampla e muito mais rápida. Nós não podemos, de forma alguma, fazer que especialmente esses municípios que têm uma ascensão de número de casos estejam colocando seus munícipes em risco", afirmou.
Jean Gorinchteyn é infectologista nos hospitais Albert Einstein e São Camilo, e no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, formado pela Universidade Mogi das Cruzes, mestre em doenças infecciosas, doutorando em neurologia experimental pela Unifesp, com mais de 20 anos de atuação como médico e professor.
G1 - 22/07/2020
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