terça-feira, 21 de julho, 2020

Teste promete detectar Covid-19 em 20 minutos

Pesquisadores de uma universidade da Austrália desenvolveram um teste que promete determinar, em menos de 20 minutos e de maneira confiável, se uma pessoa tem ou já teve o coronavírus.
Bem pouquinho de sangue já é suficiente. Os pesquisadores procuram anticorpos contra o coronavírus, e conseguem revelar se a pessoa está infectada ou mesmo se já teve a Covid-19. É que os anticorpos continuam no sistema sanguíneo por um tempo, ainda que numa quantidade menor.
A primeira diferença em relação a outros testes rápidos é que esse é muito simples e mais barato. Porque usa um método parecido com o de laboratórios que identificam o tipo sanguíneo das pessoas, tão comuns no mundo todo. Mas com uma pequena mudança: uma molécula nova, copiada do próprio coronavírus, que só reage quando existe a presença dos anticorpos contra a doença.
O artigo científico publicado pelo grupo explica como desenvolver essa molécula. Um laboratório simples conseguiria examinar até 200 amostras de sangue por hora. Os que têm equipamentos mais modernos, 700 amostras por hora, quase 17.000 por dia.
Tantos testes e com um resultado tão rápido, menos de 20 minutos, podem ajudar demais em políticas públicas. O rastreamento de casos e o isolamento das pessoas, por exemplo, poderiam ser feitos de maneira bem mais eficiente.
Na equipe da universidade australiana que criou o teste, a equipe do Jornal Nacional descobriu dois brasileiros: o Rodrigo e a Diana, doutorandos da Universidade de Monash, na cidade de Melbourne.
A Diana conta que, por enquanto, a equipe fez poucos testes no laboratório, mas que todos os resultados foram certeiros e checados mais de uma vez. Essa pode ser a grande diferença em relação a outros testes rápidos, que muitas vezes dão um resultado chamado de falso negativo ou falso positivo.
“Nós testamos em baixa escala e todos os testes comprovaram a presença ou a ausência do vírus”, destaca Diana Alves, doutoranda na Universidade de Monash.
O Rodrigo explica que a equipe concluiu a primeira etapa, que, na ciência, é chamada de prova de conceito. “Agora que ele foi provado, nós temos que testar em massa, em larga escala, para demonstrar que, sim, esse teste é possível de ser utilizado e pode ser adotado em países que necessitam de uma testagem em massa”, comenta Rodrigo Curvello, doutorando na Universidade de Monash.
Os dois sabem que esse é só um primeiro passo, mas virar notícia no mundo inteiro mostrou que estão no caminho certo. “Quando a gente é criança, a gente quer fazer a diferença no mundo. E não sabe como. Por isso, eu escolhi ser cientista. Como esse teste é rápido, ele é mais barato, nós podemos atingir o nosso país, que é o Brasil, e outros países”, afirma Diana.
G1 - 17/07/2020
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