sexta-feira, 04 de maio, 2018

Mercado de blindados projeta crescimento de 15% em 2018

Em média, 60 mil pessoas são vítimas de homicídios no País anualmente. O número alimenta a sensação de insegurança da população e, consequentemente, pode reaquecer o segmento de blindagem – mercado que encolheu 19,72% entre 2016 e 2017, mas já projeta incremento de 15% para o acumulado deste ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Blindadoras (Abrablin), no ano passado, em torno de 15 mil veículos foram blindados no Brasil. Embora o segmento tenha desacelerado neste período, na série histórica – calculada pela entidade desde 1995 –, esse montante é o terceiro maior registrado, atrás apenas de 2015 e 2016, quando cerca de 18 mil carros foram revestidos com o material de blindagem. Para 2018, cerca de 17.500 veículos, em todo o território nacional, deverão ser equipados com esse tipo de proteção. Para o especialista em segurança pessoal Roberto Costa, da consultoria The First, a escalada da violência urbana no Brasil ampliou em grande parte o público alvo deste mercado. “Até a década de 1990, quem tinha carro blindado era rico. Hoje, a classe média também tem optado por esse tipo de proteção”, destaca. Hoje, o custo médio para blindar um carro está em torno de R$ 50 mil. O consultor afirma que “além dos serviços de blindagem, também há por parte dos usuários a procura por funcionários especializados em segurança e que saibam dirigir um veículo blindado, o qual requer alguns cuidados especiais.” Costa lembra que existem três tipos de blindagem : nível I, II-A e III-A. Este último, segundo ele, é o mais comum no mercado brasileiro, porque é justamente o que oferece – dentro das categorias de proteção veicular que são permitidas por lei –, maior proteção ao usuário de calibres altos. Na mesma linha, no que diz respeito à ocupação dos usuários no geral, 67% são empresários e executivos, 14% políticos, 9% juízes, 8% artistas e 2% dividem-se entre outras áreas profissionais (veja mais no gráfico). Atualmente, o País tem cerca de 198 mil carros blindados rodando, sendo que os dois maiores mercados desse segmento são os Estados de São Paulo (73,99%) e o Rio de Janeiro (8,45%). Na opinião do presidente da Abrablin, Marcelo Christiansen, especialmente no Estado fluminense, esse mercado deve crescer mais do que em outras regiões do Brasil. “No ano passado, o setor de blindagens no Rio de Janeiro aumentou 30%. Em 2018, deve ter avanço de 20%”, diz. Ele diz que, com o aumento dos níveis de criminalidade em todo o País, a demanda por veículos blindados usados também subiu. Hoje existem 250 blindadoras no Brasil. Mercado fluminense Enfrentando um período de Estado de exceção, a segurança pública no Rio de Janeiro, que já estava em crise nos últimos anos, precisou receber apoio do exército, por meio de uma intervenção federal, para tentar conter a escalada de violência, fator que também estimulou o mercado de blindados. Um dos exemplos é a Blocker Blindagens. “O aumento foi de 10% no número de carros populares blindados aqui”, afirma o proprietário da loja, Joilson Lopes, que notou, desde 2015, maior procura pela blindagem de veículos usados. De acordo com ele, o modelo de veículo mais blindado é o sedan Corolla, da Toyota; e, em relação aos carros populares, os que mais aparecem são: Fiesta, Hb20 e Etios. Em média, a Blocker faz 30 serviços dessa natureza por mês. Projetando um aumento na demanda, até o final do ano, de 30%, Lopes pretende abrir uma unidade no Nordeste e Sudeste. No Brasil, segundo a Abrablin, em 2017, os veículos mais equipados com o material de blindagem foram: Corolla (Toyota), Compass (Jeep), XC-60 (Volvo), X1 (Bmw) e Discovery (Land Rover). Outra empresa que viu a procura por esse tipo de serviço no Rio saltar e expandiu o negócio foi a Safe Guard. Segundo o diretor Marco Aurélio Fornazari, ano passado, a blindadora chegou à São Paulo. “Resolvemos abrir outra unidade [na capital paulista] tanto por questões comerciais como relacionadas à produção”, diz. De acordo com o executivo, o movimento de expansão começou de forma mais visível em 2015. No Rio de Janeiro, ele conta que a blindadora realiza cerca de 15 serviços mensalmente.
DCI - 03/05/2018
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