Magazine Luiza segue digitalizando operações

Referência em multicanalidade, o Magazine Luiza não pretende tirar o pé do acelerador quando o assunto é digitalização das operações. Entre janeiro e março deste ano cerca de 33% dos produtos vendidos pela varejista se deu no ambiente digital, o que representa R$ 1,5 bilhão em negócios, e alta de 6,1% sobre um ano antes. No primeiro trimestre a varejista apresentou valor de vendas total de R$ 4,5 bilhões, número 34% maior que o verificado no mesmo período do ano passado. Com lucro líquido de R$ 147 milhões registrados nos primeiros três meses do ano, o Magazine Luiza pretende focar na multicanalidade e investir na “cultura digital” para expandir sua base de clientes ativos e melhorar a eficiência de suas operações na entrega de produtos nos grandes centros urbanos. De acordo com o CEO da empresa, Frederico Trajano, as estratégias voltadas à digitalização do negócio estarão atreladas à iniciativas a fim de aprimorar os processo de entrega dos produtos em metrópoles. “Do ponto de vista logístico, pretendemos agilizar, para menos de 48 horas, o tempo em que os itens vendidos são entregues, elevando nosso patamar a níveis internacionais”, afirmou o presidente em teleconferência. Como exemplo de medida nesse sentido, Trajano lembra que a aquisição, em 2017, da Logbee – startup de logística e transporte de cargas leves – é estratégica no sentido de expandir a área de cobertura de entregas em São Paulo e outros centros urbanos no País. O executivo diz que o sistema da startup, já integrado a plataforma tradicional de entregas da varejista, possibilita por meio de um GPS o acompanhamento em tempo real do trajeto em que o produto percorre até chegar a casa do consumidor. Os cálculos e previsões em relação ao período para chegar à casa do cliente também ajudam na comunicação entre o e-commerce o a loja física, a qual se organiza para repor os itens nos estoques. Para além do processo de digitalização da empresa, Trajeno aponta aspectos macroeconômicos como pilares do bom desempenho do negócio no primeiro trimestre de 2018. “Também vemos o cenário econômico melhorar, com os níveis da inflação baixos, a taxa básica de juros diminuindo e o maior acesso do consumidor”, comenta ele. Em relação aos pontos físicos, a varejista pretende elevar suas unidades nos Estados de Goiás e São Paulo. Na comparação interanual, foram 54 lojas abertas em território nacional , chegando a 858 no total. Atualmente, cerca de 18% dos negócios da rede ainda encontram-se em fase de maturação. Apesar da alta, o investimento em termos de tecnologia dos estabelecimentos físicos diminuiu R$ 2 milhões ante o primeiro trimestre de 2017, somando R$ 17 milhões. Laçando o cliente Para garantir mais vendas tanto no ambiente físico quanto digital, Trajano cita a busca constante por uma maior frequência de compra dos clientes nas plataformas digitais. Para isso, a empresa investirá em um portfólio mais “eclético” de produtos que disponibiliza em seu e-commerce, também com o objetivo de incentivar a entrada de vendedores “terceiros” por meio do marketplace – hoje, responsável por R$ 126 milhões comercializados no e-commerce total do Magazine Luiza. O segundo ponto destacado por ele está relacionado a base de clientes ativos da rede varejista. Do primeiro trimestre de 2018 ao mesmo período do ano anterior, o número de consumidores fidelizados com o “Cartão Luiza” chegou a 3,5 milhões. Já a carteira de crédito, na mesma base de comparação, cresceu 31% – atingindo R$ 5,9 bilhões. “Com isso, criaremos um círculo virtuoso e aumentaremos nossa base de clientes entre dois e três anos”, afirma Trajano. No que diz respeito ao Ebitda (lucro antes das taxas, juros, impostos, depreciação e amortização), a empresa apresentou crescimento de 30%, para R$ 301 milhões, entre primeiro trimestre de 2018 e o mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, a varejista reporta que as despesas operacionais entre janeiro e março reduziram 21% frente à receita líquida.