quinta-feira, 22 de novembro, 2018

Demanda por banda larga via satélite agrada

Em um momento de aumento na demanda e de estabelecimento de novos modelos de oferta, o mercado de banda larga fixa via satélite tem superado expectativas dos competidores – que não descartam a realização de novos investimentos no segmento. Conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os contratos de banda larga fixa via satélite mais que dobraram em um ano, passando de 81,8 mil acessos em setembro de 2017 para 173,3 mil no nono mês deste ano. Aproveitando o momento, a operadora Yahsat iniciou neste mês a oferta (baseada na banda Ka) do serviço em 234 cidades espalhadas por São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. A expectativa é atingir mil municípios em 21 estados até março de 2019, conforme o diretor da Yahsat no Brasil, Marcio Tiago.“Estamos muito confiantes e com certeza vamos bater nossas metas ou antecipá-las”, afirmou o executivo da empresa com matriz nos Emirados Árabes Unidos. Segundo Tiago, o aporte total para viabilizar a operação no Brasil atingiu os US$ 200 milhões e passou pelo lançamento, em janeiro, do satélite Al Yah 3 – capaz de cobrir 95% da população doméstica.“É um investimento delicado e que demanda tempo. O business plan [para a entrada no Brasil] começou em Abu Dhabi em 2010”, lembrou o diretor regional da Yahsat. No mercado residencial e de pequenas e médias empresas, a oferta será viabilizada com apoio de mais de 130 parceiros de revenda; até março, a expectativa é atingir 400. Já o mercado “no atacado” e o segmento de grandes companhias era explorado desde julho. Subsidiária brasileira da operadora espanhola Hispasat, a Hispamar também anunciou há pouco o ingresso no mercado residencial de banda larga fixa, mas através da oferta da conectividade “sem marca” para terceiros. Dessa forma, o produto pode ser empacotado por potenciais parceiros como provedores regionais de banda larga (ou ISPs). “Não entramos direto no B2C porque não queremos descer na cadeia de valor”, explicou o diretor de negócios da Hispamar na América do Sul, Sérgio Chaves. Ao DCI, o executivo afirmou que o interesse das pequenas empresas do ramo pela oferta da operadora de satélites é natural, visto que são os ISPs os responsáveis “por romper barreiras e levar a banda larga pelo País.”“Dependendo da demanda, com certeza vamos investir mais no Brasil”, prosseguiu Chaves, que classificou como “razoáveis” os aportes que permitiram a nova oferta. “É muito dinheiro na frente para depois ter retorno”, admitiu. No caso da companhia, dois satélites – Amazonas 3 e Amazonas 5 – permitem a cobertura em mais de 80% do território nacional; o segundo artefato foi lançado no ano passado com boa parte da capacidade em banda Ka (considerada ideal para a banda larga residencial via satélite) destinada ao mercado nacional. No momento, a Hispamar ainda procura parceiros capazes de viabilizar uma oferta de pontos de acesso wi-fi com acesso pré-pago. “O mito da banda larga [fixa via satélite] só servir para lugares onde não têm nenhum tipo de cobertura está sendo desmistificado”, prosseguiu Chaves. Segundo ele, além dos locais onde não há nenhuma oferta do serviço, regiões onde a internet já chegou – mas sem velocidades satisfatórias – têm registrado uma boa demanda. “Entre os fornecedores atuais, São Paulo é o estado que mais cresce”, observou. Entre os competidores na praça, destaque para a HughesNet. Oferecendo banda larga fixa focada em “rincões” do Brasil desde 2016, a unidade residencial da empresa norte-americana Hughes afirma já ter ultrapassado a marca dos 100 mil acessos fixos no País. Ao longo do ano, a cobertura da companhia no País atingiu 5 mil municípios brasileiros.Outra competidora de peso – mas por enquanto cercada de incertezas – é a Telebras, cujo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC-1) possui grande capacidade em banda Ka. Após ser barrado na Justiça, um contrato de exploração firmado pela estatal junto a norte-americana Viasat foi liberado recentemente pelo Tribunal de Contas da União (TCU); ainda assim, o modelo de negócios para o segmento residencial (bem como o próprio futuro da empresa pública) seguem como incógnitas perante o mercado, afirmaram as fontes ouvidas pelo DCI.
DCI - 21/11/2018
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