terça-feira, 09 de outubro, 2018

Mercado náutico inicia retomada no País após dois anos decepcionantes

O mercado náutico inicia um processo de retomada após dois anos de estagnação. Conforme fabricantes, a melhora dos negócios traz uma perspectiva de crescimento acima de 10% para este ano. “Acreditamos que o momento é de recuperação, com o País tomando um novo rumo. Voltamos aos números de 2015, após 2016 e 2017 mais fracos. Já é uma evolução”, afirma o proprietário da Mestra Boats, José Eduardo Cury. A empresa foi uma das participantes da São Paulo Boat Show, salão náutico que ocorreu no início de outubro. A feira gerou cerca de R$ 155 milhões em vendas. “Pelo fato de nosso segmento não ser essencial, sofremos com a economia. Nesse ano, já estamos produzindo em ritmo normal e o Boat Show teve procura e negócios acima do esperado”, avalia Cury. BARCOS Mercado náutico inicia retomada no País após dois anos decepcionantes Estaleiros avaliam que a geração de negócios retornou aos níveis de 2015 e projetam crescimento acima de 10% em 2018, apesar do receio com a valorização do dólar sobre os custos de produção Iate de luxo da Azimut: empresa tem perspectiva de crescer acima de 10% ano sobre ano até 2021 Iate de luxo da Azimut: empresa tem perspectiva de crescer acima de 10% ano sobre ano até 2021 FOTO: ACIONI CASSANIGA RICARDO CASARIN • SÃO PAULO Publicado em 09/10/18 às 05:00 O mercado náutico inicia um processo de retomada após dois anos de estagnação. Conforme fabricantes, a melhora dos negócios traz uma perspectiva de crescimento acima de 10% para este ano. “Acreditamos que o momento é de recuperação, com o País tomando um novo rumo. Voltamos aos números de 2015, após 2016 e 2017 mais fracos. Já é uma evolução”, afirma o proprietário da Mestra Boats, José Eduardo Cury. A empresa foi uma das participantes da São Paulo Boat Show, salão náutico que ocorreu no início de outubro. A feira gerou cerca de R$ 155 milhões em vendas. “Pelo fato de nosso segmento não ser essencial, sofremos com a economia. Nesse ano, já estamos produzindo em ritmo normal e o Boat Show teve procura e negócios acima do esperado”, avalia Cury. A CEO da Intermarine, Roberta Ramalho, o desempenho na feira é um bom termômetro para 2019. “Superou nossas expectativas, tudo que a gente preparou para o ano que vem se consolidou na feira.” Ela conta que a empresa cresceu mesmo na crise, especializando-se em barcos grandes. “São embarcações acima de 42 pés [cerca de 12 metros]. Também focamos em desenvolvimento e inovação. Nosso faturamento cresceu 62% entre 2016 e 2018 e esperamos 59% em 2019.”Roberta também aponta como um sinal animador a procura por barcos menores. “Conseguimos observar um público novo vindo para o mercado e os estaleiros menores estão voltando a vender.”O CEO da Azimut, Davide Breviglieri, conta que a empresa também apostou em embarcações de tamanho maior. “Na nossa percepção, o segmento de barcos menores, de 30 a 40 pés, sofreu algumas retrações. Por isso, nossa escolha foi ficar acima desse patamar.”O executivo declara que a empresa prevê resultados positivos em seu plano de negócios de 2018 a 2021. “Vamos crescer acima dos 10% ano sobre ano. Iremos manter essa tendência de barcos maiores e de maior valor agregado.”O diretor comercial da Sedna, Marçal Martins, diz que 2018 estava dentro das expectativas até o Boat Show. “Com a feira, superamos o esperado. Se as eleições tivessem sido antes, teria sido melhor.” Ele projeta crescimento de 5% em relação a 2017 e explica que a maior demanda vem do segmento de iates de passeio. “Corresponde a cerca de 90% das vendas. Também trabalhamos com a linha de pesca e esportiva”, destaca.Já o gerente de marketing da Triton, Allan Cechelero, ainda vê o mercado em espera. “Esse ano ainda está truncado. Há demanda reprimida, muitos querem, mas estão segurando para investir, por não se tratar de um item de primeira necessidade.” Ele avalia que há um movimento de mudança, mas ainda lento. “Esperamos melhora para o ano que vem, dependendo da economia.” Câmbio Breviglieri conta que a fragilidade do real inibiu importações no setor. “Fortaleceu nossa ideia de produzir no Brasil. O câmbio tem um impacto na produção, nós tentamos manter um hedge natural no equilíbrio entre exportação e importação”, explica o executivo. Cury classifica como grave o impacto da valorização do dólar no mercado. “O gel e a resina usado na produção são commodities. Boa parte dos motores também é importada.” Ele revela que a empresa conseguiu segurar preços em função do estoque. “São barcos que foram fabricados antes desse movimento abrupto de alta. De modo geral, o setor segurou preço para o Boat Show, mas em breve será obrigado a fazer o repasse.”Martins admite que a variação cambial tem afetado a margem da Sedna. “Entre 80% a 90% do que é utilizado na fabricação é importado, reduziu a nossa margem. Ainda não conseguimos repassar, mas teremos que fazer.” Ele salienta que a empresa está se preparando para exportar. “Vendemos muito bem para o mercado interno, mas nossa produção ainda não consegue atender à demanda externa. Ano que vem teremos condições.” A empresa investiu em uma nova planta industrial em Itajaí (SC) para expandir sua produção. “Vamos aumentar de 250 para 400 funcionários.”
DCI - 09/10/2018
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