quarta-feira, 31 de maio, 2017

Venda de conteúdo digital cresce com avanço das plataformas eletrônicas

São Paulo - O sucesso do e-commerce vai muito além da venda de eletroeletrônico e vestuário, chegando também a conteúdos diferenciados. Os chamados infoprodutos vêm conquistando cada vez mais espaço nos 'estandes virtuais', empresas que expõem e divulgam esses materiais e que contam com uma rede de afiliados comissionados.
Nesse gênero de comercialização, os produtores não vendem algo físico, mas uma espécie de 'conhecimento': dicas e lições através de videoaulas, e-books, apostilas, podcasts, entre outras formas de veiculação - tudo na forma digital. Os afiliados funcionam como 'representantes comerciais', que divulgam o produto e são comissionados de acordo com o que vendem pelos próprios produtores.
Maior do ramo no País, a Hotmart possui 800 mil usuários registrados e mais de 70 mil produtos digitais cadastrados. A rival Monetizze conta atualmente com 500 mil usuários e seis mil infoprodutos para a venda. As empresas estimam que, em 2016, esse mercado gerou cerca de R$ 1 bilhão, com tendência de alta em 2017.
"Este nicho se destaca pela democracia, pois qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor digital e ter seus produtos vendidos no ambiente on-line", avalia o especialista em negócios virtuais, Bruno Pinheiro. Segundo os consultados, conteúdos sobre emagrecimento e bem-estar, sobre concursos e cursos de idioma costumam ser os mais vendidos.
"As vendas on-line crescem a cada dia, com mais acesso à internet, mais acesso às informações e, consequentemente, mais compras. A compra virtual é mais cômoda. Com a rede de afiliados, damos o que é preciso para vender determinado produto", explica o fundador de CEO da Monetizze, Márcio Motta, destacando que os produtores de conteúdo não precisam se preocupar com a intermediação dos pagamentos - realizada pela própria plataforma. "A conversão é bem mais alta com outras pessoas vendendo por você, completa Motta, que já relata em 2017 um volume de vendas 50% maior que o de 2016.
O fortalecimento desse tipo de plataforma deve ser um dos fatores que impulsionarão o crescimento de 12% no e-commerce projetado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em 2017. No mesmo período, especialistas apontam que o mercado de infoprodutos e suas respectivas plataformas de venda vêm dobrando de tamanho.
Hoje muitos afiliados conseguem viver disso e usam esse meio, através da afiliação, como renda familiar e posteriormente até criam empresas desse segmento também, segundo o gerente de sucesso do cliente da Hotmart, Fernando Guimarães. "A pessoa que gostaria de trabalhar de casa e não sabe como, pode iniciar dessa forma. Ainda pode ser uma alternativa ao desemprego, na qual a pessoa possa se identificar, se afiliar e criar o próprio negócio, isso sem custos para se cadastrar", analisa.
Antecipação de recebíveis
Uma das vantagens que as plataformas oferecem para os produtores e vendedores é a antecipação de recebíveis, na qual os afiliados podem receber o valor pelo qual foi vendido os seus produtos no mesmo dia ou em poucos dias, ao invés do prazo comum dos pagamentos via internet.
"O afiliado tem uma renda que depende do quanto ele investe. Se ele investe em seus produtos, pode ter uma renda maior. Essa antecipação possibilita um fluxo de caixa que ajude no negócio dele", avalia Guimarães, do Hotmart, que cobra juros de 3,99% pelo proporcional de 30 dias de antecipação. "Você consegue sacar no mesmo dia da venda com a antecipação. Normalmente é bem ruim esperar para quem banca campanhas e outras promoções. Se a pessoa não tem capital, pior ainda. Então a gente dá o dinheiro para eles, para conseguirem vender mais", complementa Motta, da Monetizze - que cobra uma taxa de 5,49%.
Outra forma de os consumidores terem acesso ao produto é através da ferramenta de recorrência, na qual eles podem 'assinar' um produto por determinado tempo, e pagar proporcionalmente ao que foi consumido. "Boa parte dos produtores utiliza a recorrência como forma de entrega, tanto no cartão de crédito quanto no boleto. Funciona como uma assinatura de um conteúdo (curso, aplicativo, etc) e que se utiliza durante um tempo, muitas vezes com um valor menor", ilustra Fernando Guimarães.
Divulgação
Para a divulgação dos infoprodutos, os afiliados se valem de uma série de ferramentas de marketing digital que podem apresentar os conteúdos a mais pessoas. "O Google, o Facebook e o Outbrain, com suas formar de impulsão, são os preferidos pelos usuários na hora de fazer a propaganda de determinado produto", revela Márcio Motta.
A demanda de produtos vendidos para atingir um lucro real é a maior motivação para o produtor buscar novas formas de divulgação. "O modelo de negócio do infoprodutor é por escala, ou seja, quanto mais pessoas comprarem o seu produto, maior será o seu faturamento. Para atingir um grande número de pessoas, os infoprodutores também investem na compra de tráfego, ou seja, buscam encontrar seus "clientes" em campanhas de marketing on-line", destaca o especialista Bruno Pinheiro.
Segundo os consultados, é natural que os afiliados busquem outras maneiras de alavancar os produtos para aumentar o número de vendas, mas a expectativa é que os estandes virtuais dominem o mercado de infoprodutos inclusive nesse aspecto. "No mercado de infoprodutos, vemos plataformas assim dominando o mercado sim, principalmente pela estrutura que damos a isso. Entregamos para eles não só uma plataforma, mas todo um sistema que possibilita eles terem um melhor resultado", argumenta Guimarães, da Hotmart.
DCI - 31/05/2017
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