quarta-feira, 22 de março, 2017

Raízen investe em eficiência para ter sua maior safra em 2017/18

São Paulo - Com a aquisição de canaviais de antigas destilarias e o aumento de produtividade na cana-de-açúcar própria e na fornecida por terceiros, a Raízen Energia espera moer até 63 milhões de toneladas na safra 2017/2018 - seria o melhor desempenho da empresa.
Ainda assim, o processamento estaria abaixo da capacidade instalada da companhia, de 68 milhões de toneladas, porque "falta cana", disse o presidente da Raízen, Luis Henrique Guimarães, durante o Cosan Day 2017, realizado nesta terça-feira (21) na capital paulista. No Brasil, a próxima temporada canavieira se inicia oficialmente em abril.
O executivo conta que, atualmente, existem dois times dedicados no grupo, que está entre os principais players do setor sucroenergético: um com foco em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês); outro trabalhando na melhoria dos produtos terceirizados.
O ganho de produtividade, apoiado na redução de custos, deve ser o pilar para que o retorno sobre capital investido (ROIC, na sigla em inglês) siga uma linha de ascensão. A expectativa é que este desempenho cresça três pontos percentuais no ciclo de 2016/2017, em relação ao anterior, para 10%. Trata-se do avanço de maior destaque dentre as companhias do Grupo Cosan, que abrange os segmentos de combustíveis, gás e logística.
Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgados pela Raízen, mostram que a produtividade média da empresa acumulou 10,3 ATR [Açúcares Totais Recuperáveis] por hectare, nos nove primeiros meses da safra atual. No Centro-Sul em geral, este número ficou em 10 ATR por hectare no período.
Nos últimos quatro anos, as despesas com plantio e trato caíram 32,5% e só aumentaram de 2015/2016 para a temporada vigente porque houve renovação dos canaviais. Na logística agrícola (corte, carregamento e transporte), a baixa foi de 17,7% desde 2012/2013. Já o desembolso industrial recuou 15,6% na mesma base.
"Foi feita uma revolução quieta na companhia [Raízen]. Conseguimos construir um nível de eficiência operacional com aumento muito importante no ROIC, o que gera um impacto muito positivo no setor como um todo", enfatizou o vice-presidente de finanças da Cosan, Marcelo Martins.
Com o andamento das medidas, expectativa do presidente da Raízen é que a capacidade de moagem total seja atingida em cinco anos.
Mix de produção
Guimarães afirmou que a empresa focará na "otimização da produção de açúcar nos próximos anos, pois a commodity tende a pagar mais que o etanol". Segundo o presidente, a companhia já fixou 60% da exposição de açúcar na safra 2017/2018, com cotações 20% mais altas.
A perspectiva da Raízen leva em consideração um déficit de cinco milhões de toneladas na atual temporada global, que se encerra em 30 de setembro, ante outro de dez milhões em 2015/2016, fundamento que dá sustentação aos preços do açúcar na Bolsa de Nova York.
No caso do etanol, a modificação na política de preços praticada pela Petrobras abre precedentes para o livre mercado. "A Raízen tem competitividade para avançar neste ambiente", ressaltou o presidente.
DCI - 22/03/2017
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