M. Dias Branco prevê reajuste de 5%

São Paulo - A M. Dias Branco planeja reajustar em cerca de 5% a tabela de preços este ano. Os aumentos devem ser implementados por canal de venda, no período de março a maio.
"Pretendemos fazer [um reajuste] em torno de 5%, não mais do que isso. Mas acredito que o crescimento neste ano virá mais do aumento do volume do que pelos preços", disse o vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco, Geraldo Mattos Júnior, ontem em teleconferência com analistas.
Para ele, diferentemente do ano passado, quando a companhia conseguiu aplicar reajustes de preço maiores, em 2017 há menos espaço para tal prática. Em 2016, o preço médio dos produtos comercializados pela fabricante avançou 8,8%.
Esse aumento, combinado com a alta de 6,1% no volume de vendas, que somou 1,79 milhão de toneladas, levou a uma alta de 15,3% na receita líquida da companhia em 2016, totalizando R$ 5,33 bilhões.
O lucro líquido no ano foi de R$ 784,4 milhões, alta de 29,9% ante o ano anterior. O Ebitda, lucro antes de juros, depreciações e amortizações, somou R$ 919,4 milhões, avanço de 33,9% em igual comparação.
"A companhia deve sofrer com a pressão de preços e a concorrência, assim como com a substituição de produtos, dada a expectativa de que 2017 seja um ano de deflação para os preços dos alimentos no Brasil", observaram os estrategistas da Itaú Corretora, Lucas Tambellini, Fábio Perina e Tiago Binsfeld, em relatório, citando avaliação feita pelo analista Antonio Barreto.
Participação
Para o executivo da M. Dias Branco, a expectativa para 2017 é manter o crescimento dos percentuais de market share da companhia.
Em 2016, a participação de mercado da fabricante na categoria de biscoitos cresceu 0,7 ponto percentual (p.p.), para 28,6%, e em massas avançou 0,4 p.p., chegando a 28,8%.
"Esperamos um crescimento [das vendas] em volume, o que nos levará a ganhar market share, mas com um crescimento mais expressivo nas novas categorias, de maior valor agregado, como torradas e bolos, onde temos condições expressivas de alta. No segmento tradicional, de biscoitos, massas e farinha de trigo, já temos volumes significativos", explicou Mattos Júnior.