sexta-feira, 10 de março, 2017

Consumo de frango estacionou no País

Tormenta para os produtores de carne de frango e carne suína no último ano, o milho é motivo de alívio para os frigoríficos do País em 2017, mas a recessão econômica vem atrapalhando a esperada recuperação do setor, sobretudo das indústrias de frango mais dependentes do mercado brasileiro.
No primeiro bimestre, a demanda doméstica não esboçou reação, de acordo com analistas, executivos e representantes da indústria ouvidos pelo Valor. A avaliação é que, como o desemprego não para de aumentar, a retomada tende a ser mais lenta que o imaginado no fim de 2016, quando alguns produtores de frango até sinalizaram aumentar a produção.
"Houve um momento em novembro e dezembro que o pessoal voltou a se animar. Mas como perceberam que não há jeito de ter preços melhores, a turma puxou o freio", disse Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). "O clima recessivo ainda está bem complicado", acrescentou ele.
De fato, os alojamentos de pintos de corte - indicador da produção futura de carne de frango - surpreenderam os analistas no fim do ano. Em dezembro, 560,3 milhões de aves foram alojadas nas granjas do país, avanço de 6,7% ante novembro, conforme a Apinco (Associação Brasileira de Produtores de Pintos de Corte). Na comparação com igual período do ano anterior, porém, houve queda de 2,1%.
De acordo com o analista Marcos Iguma, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o primeiro bimestre, período que sazonalmente é fraco devido às férias escolares, foi ainda mais fraco em 2017. "Não adianta acelerar muito a produção porque o mercado não vai absorver", concordou.
"O consumo nacional está muito igual ao ano passado. Está muito restrito", afirmou ao Valor o diretor comercial da catarinense Aurora, Leomar Somensi. A cooperativa é a terceira principal indústria de aves e suínos do país, só atrás de JBS e BRF. Nesse cenário, a Aurora ainda não decidiu o que fazer com o nível de produção de frango. Devido à alta do milho no ano passado, a Aurora deu férias coletivas alternadamente em seus abatedouros para cortar a produção em 8%.
Supermercado Moderno - 09/03/2017
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