quarta-feira, 11 de janeiro, 2017

Empresa fatura com cuscuz gourmet de coco queimado e de whey no potinho

O tradicional cuscuz baiano ganhou, em Niterói (RJ), versões gourmet, sem glúten e lactose. Lançada há três meses, empresa Cuscuz Bacana tinha como meta vender 3.000 unidades no primeiro trimestre de funcionamento. Já vendeu 10 mil potinhos individuais do doce.
Rodrigo Paiva, 41, um dos sócios, atribui o sucesso aos sabores elaborados pela chef Nanda Carneiro, conhecida por criar receitas funcionais.
A versão tradicional é de tapioca com coco e leite condensado. O campeão de vendas é o sabor coco queimado. O sabor whey (com whey protein e adoçante, no lugar de açúcar) faz sucesso entre praticantes de atividade física. E o funcional é feito com leite de amêndoas (sem lactose) e sementes de chia.
Os potinhos de 120 gramas custam entre R$ 10 (tradicional) e R$ 16 (funcional) cada. São vendidos em lojas de produtos naturais, como a rede Mundo Verde, na loja virtual, que faz entregas em Niterói e no Rio de Janeiro, e em uma food bike, que participa de eventos nas duas cidades.
Investimento foi de R$ 450 mil
A empresa é de Paiva, que era engenheiro de segurança e decidiu empreender após ficar desempregado em 2015, e de Leonardo Ciannella, 43, seu colega de corrida, que também tem uma agência de marketing. Eles investiram até agora R$ 450 mil no negócio, que incluiu a abertura de uma fábrica em Niterói.
"A ideia inicial era apenas vender cuscuz de qualidade. É um alimento muito consumido no Rio, até como comida de rua, no tabuleiro, mas gera desconfiança da procedência. O nosso produto é feito com leite e não com água. Resolvemos investir em sabores para ter um diferencial."
O produto é refrigerado e tem validade de 12 dias, o que dificulta a distribuição para locais distantes, mas os empresários dizem que estão em contato com representantes comerciais em Manaus, em Salvador e até nos EUA. "Queremos testar métodos de ultracongelamento. O congelamento tradicional não funciona, pois tira as características do produto."
Outro plano é usar mais bicicletas para vender o produto em shoppings cariocas e também nas praias. "Estamos tentando a liberação com a Prefeitura de Niterói para vender com food bike na praia, mas está complicado porque somos os primeiros, eles só liberam ambulantes. Queremos atuar como empresa", diz Paiva.
Empresa deve entender mercados antes de crescer
Para Alberto Ajzental, professor de Empreendedorismo e Estratégia de Negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o produto é interessante, mas os empresários precisam planejar sua atuação em mercados diferentes.
"Vender na praia é diferente de vender em shopping e diferente também de vender em eventos. É necessário entender o comportamento do consumidor em cada canal para ter estratégias eficientes para cada um. Ao atacar várias frentes diferentes, há o risco de perder o foco", declara.
O professor também não vê necessidade imediata de expansão do negócio. "Se já é um hábito de consumo no Rio, a marca pode se tornar um clássico como o biscoito Globo. Investir em ultracongelamento pode ser inviável, pois é um produto muito barato para uma tecnologia cara, sem contar o transporte e o armazenamento", afirma.
UOL
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