terça-feira, 16 de agosto, 2016

Retração em refrigerantes veio para ficar

O mercado brasileiro de refrigerantes atingiu seu ponto de maturidade, com declínio nas vendas nos últimos quatro anos e redução do consumo per capita na maioria das subcategorias, incluindo refrigerantes de cola e de baixa caloria. Mesmo com a recuperação econômica, esperada para 2017, será difícil reverter a tendência de queda. A conclusão é de um estudo realizado pelo analista sênior do Rabobank, Andrés Padilla.
O Rabobank estima uma queda de 4,5% nas vendas de refrigerantes deste ano em relação a 2015, chegando a 14,9 bilhões de litros. Para 2017, a previsão é de queda de 0,7%, para 14,8 bilhões de litros. E recuos anuais consecutivos de 1,1%, em média, chegando a 2025 com 13,5 bilhões de litros - uma redução de 13,5% em dez anos.
Padilla disse que os hábitos dos consumidores mudou e, mesmo com a melhora na renda disponível das famílias, será difícil para as fabricantes de refrigerantes retomar o crescimento real de vendas. Segundo o analista, o consumo de água engarrafada se manteve estável durante a recessão, enquanto o consumo de carbonatados caiu, mostrando que a água engarrafada tem ganhado participação de mercado que antes era atendida por refrigerantes.
A contração do consumo de refrigerantes de baixa caloria começou quando a economia ainda estava aquecida. A recessão e os aumentos de preço acima da inflação aceleraram a queda do setor, disse o analista. Assim como acontece em outros mercados já maduros, o consumo no Brasil cai ano a ano, à medida que cresce a percepção pública de que essas bebidas têm teores muito altos de açúcar ou adoçantes artificiais. Essa visão, disse Padilla, ainda deve impactar o consumo dessas bebidas no futuro.
Em junho deste ano, a Ambev, a Coca-Cola Brasil e a Pepsico anunciaram que deixarão de vender refrigerantes em escolas, passando a oferecer apenas suco 100% integral, água mineral, água de coco e bebidas lácteas.
De acordo com dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal, a produção de refrigerantes no país somou 7,8 bilhões de litros neste ano, até julho, 4,4% abaixo do verificado nos primeiros sete meses do ano passado.
Valor Econômico
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