segunda-feira, 22 de agosto, 2016

Franquias se ajustam para evitar fechar lojas

São Paulo - Com ajustes operacionais, revisão de custos, projetos de internacionalização da marca e lançamento de cartão próprio, redes de franquias do segmento vestuário conseguiram atravessar a crise econômica sem ter de fechar lojas.
Para elas, esse era o principal objetivo durante a instabilidade nas vendas do varejo que se anunciava, ainda em 2014. Concorrentes maiores, como Marisa e C&A, por exemplo, não tiveram o mesmo sucesso, e tiveram de encerrar algumas operações pelo País.
"É muito significativo para nós não ter de fechar lojas. Fizemos um esforço muito grande para que a operação crescesse e não diminuísse. Agora, já no final da crise, acredito que conseguimos atingir esse objetivo. Não só isso, conseguimos também crescer", comemora o diretor executivo da Rabusch, franquia especializada em moda feminina, Cristiano Seidert.
A rede, que conta hoje com 42 lojas em operação e outras quatro a serem inauguradas até o fim deste ano, pretende ampliar suas receitas em breve com a implementação de um sistema próprio de private lable ou cartão de crédito próprio. Segundo Seidert, a previsão é de que o cartão Rabusch esteja pronto para ser lançado até novembro.
No primeiro semestre, as vendas ficaram em linha com as do ano passado, com alta de 2%. "Essa leve alta foi resultado de um esforço de venda muito grande que realizamos. Elaboramos um projeto de relacionamento mais próximo aos clientes em busca de fidelizá-los, treinamos nossos franqueados e fizemos pequenos ajustes nas coleções também. Deu bastante trabalho, mas foi positivo", diz.
Outro diferencial da companhia foi oferecer aos próprios franqueados a oportunidade de devolução de peças que não foram vendidas para quitar eventuais dívidas e também para substituir pelas coleções novas. Para ele, essa estratégia contribuiu para manter a rentabilidade das lojas com donos distintos.
No longo prazo, o pensamento de Seidert é expandir a marca para o mercado internacional. "Primeiro, queremos nos consolidar nas regiões Sul e Sudeste do País. Mas observamos sim as oportunidades de internacionalização. Paraguai e Uruguai são países interessante e que têm oferecido boas perspectivas para o nosso mercado", avalia o diretor.
Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que, no primeiro trimestre deste ano, em plena crise, 1,3% das lojas que atuam sobre o sistema de franquias no Brasil tiveram de encerrar suas operações. Em contrapartida, o setor registrou a abertura de 2,9 mil novas unidades, o que contribuiu para que o índice de expansão do franchising fosse de 2,9% no período.
Ao todo, a ABF contabiliza 141,2 mil negócios no País operando sob o modelo de franquias.
Sexagenária e forte
Depois de completar 64 anos da abertura de sua primeira loja, em São Paulo, a Tip Top, especializada em moda infantil, segue firme após mais uma crise.
A estratégia, desta vez, foi trabalhar a fidelização dos clientes de forma mais agressiva e fazer promoções com mais frequência que o habitual.
Assim, conta o gerente de expansão da Tip Top, Ricardo Marcondes, foi possível atravessar mais uma instabilidade econômica sem fechamentos de lojas e com novas aberturas.
"Pretendemos terminar 2016 com 114 operações. Atualmente estamos com 108 unidades espalhadas por todos os estados brasileiros", afirma ele.
No curto prazo, a intenção é iniciar a internacionalização, que está definida para começar em um país da América do Sul. O mais próximo de receber a primeira loja internacional da Tip Top é a vizinha Argentina.
"Acreditamos que este seja o momento ideal para negócios fora do País, visto que entendemos que o nosso mercado está aquecido e alguns países da região passam por transfor-mações como, por exemplo, a Argentina. Isso gera oportunidades", crava.
Para este ano, a perspectiva de Marcondes é que a rede cresça 8% em faturamento sobre o registrado no ano passado, quando a companhia faturou mais de R$ 116 milhões.
Apesar do bom número, o gerente crê que os resultados poderiam ser melhores caso a burocracia e a carga tributária sobre o setor fossem menores.
"Esses fatores inviabilizam investimentos por parte dos empresários", admite.
Novos mercados
Outra rede que não teve de fechar as portas na crise é a paulista Sketch que, focada apenas em moda masculina, tem obtido resultados com a mudança de percepção desse público.
"O homem moderno agora está mais independente e entendeu a importância de se vestir bem. Antes, havia a predominância de lojas focadas em moda feminina, mas este cenário já está mudando", reflete o diretor de expansão da Sketch, Fábio Longo.
Atualmente, com mais de 80 unidades em operação, a previsão de Longo é encerrar o ano com 40 novas lojas abertas.
Em 2015, o segmento de franquias de vestuário cresceu 6,9% frente a 2014, segundo a ABF.
DCI
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