CSN fecha venda da fabricante de latas Metalic por US$ 98 milhões

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ontem que concluiu as negociações e assinou um contrato para vender sua controlada Metalic, especializada na fabricação de latas para bebidas, para a polonesa CanPack. O valor definido para a transação, sujeito a ajustes previstos em contrato, é de US$ 98 milhões (ou cerca de R$ 316,8 milhões, segundo o fechamento do câmbio de ontem). O valor deverá ser pago em reais, conforme câmbio na data do fechamento da operação, que está previsto para 30 de setembro, segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O negócio teve a assessoria financeira do Bradesco BBI e do BB Banco de Investimento. A CanPack, de acordo com informações da CSN, é uma das maiores fabricantes de embalagens metálicas do mundo. Fundada em 1992, na Polônia, é fornecedora para indústrias na Europa, na Ásia e na África. Conforme antecipou na se mana passada o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a fabricante de latas deve ser só o primeiro desinvestimento da CSN dentro do processo para reduzir seu elevado endividamento. Com atuação mais forte no Norte e no Nordeste, a Metalic tem cerca de 4% do mercado nacional desse tipo de embalagem. No entanto, o valor trazido pela venda, não vai trazer alívio para o caixa da siderúrgica de Benjamin Steinbruch, segundo fontes. Mais ativos à venda. Uma das apostas é que a CSN deverá fazer outros desinvestimentos, entre eles o Terminal de Contêineres (Tecon), que já teria vários interessados, tanto no caso de uma venda integral quanto de uma participação. Este negócio poderia levantar cerca de R$ 1,2 bilhão para a CSN, segundo cálculos de mercado. A situação da siderúrgica é considerada difícil. A empresa encerrou o segundo trimestre de 2016 com uma dívida líquida ajustada de R$ 25,87 bilhões, aumento de 25% em 12 meses. Depois de registrar mais um prejuízo entre abril e junho, a expectativa é de que o faturamento da CSN melhore no terceiro trimestre, período em que a empresa espera ainda voltar ao lucro, afirmou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, na semana passada.