segunda-feira, 29 de agosto, 2016

Cliente da terceira idade prefere loja de bairro

São Paulo - Enquanto a queda de braço entre as varejistas se concentra em ganhar o público jovem, os consumidores da terceira idade - ou 25 milhões de pessoas, segundo o IBGE - são um ótimo filão de negócio. A melhor parte é que, diferentemente das gerações seguintes, eles não ligam para marcas, e preferem os varejistas de bairro.
"Para o pequeno e médio lojista, investir em atendimento personalizado para o público sênior é uma estratégia muito boa. Eles preferem frequentar lojas mais perto de casa, de preferência as que os funcionários o conheçam pelo nome", resume o professor de comunicação mercadológica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Francisco Martins Pinto.
O acadêmico completa ainda que as perspectivas para o futuro são ainda melhores. "A população brasileira está envelhecendo mais, a estimativa do IBGE é que até 2026 o País tenha 37 milhões de idosos. É um mercado e tanto!", pontua.
A percepção do acadêmico pode ser endossada por uma pesquisa da consultoria Officina Sophia Retail, que fez a pesquisa 'Geração 6.0' em parceria com o Centro de Inteligência Padrão (CIP) para mapear o comportamento desta geração. O estudo aponta que as lojas de bairro são as preferidas dos seniores: no setor de supermercados, por exemplo, essas lojas têm 20% das menções, à frente de Extra (18%) e Carrefour (17%).
Renner (19%) e Casas Bahia (32%) despontam como preferidas, respectivamente, nos varejos têxtil e de eletro. Entre as farmácias, Ultrafarma (17%) fica com o maior destaque, seguida por Drogasil e farmácias de bairro, ambas com 14%.
Garantindo vendas
Entre os pontos primordiais para ganhar o cliente da 'melhor idade' o esforço da varejista em fazer um atendimento adequado, com um vendedor atencioso, ar condicionado e etiquetas com números grandes são as principais demandas. "O bom é que, diferentemente do público jovem, que demanda intervenções nas lojas que envolvem tecnologia, essas modificações para atender o público sênior tem custo quase zero", diz o acadêmico da UFPR.
Na contrapartida, lojas com autoatendimento, vendedores impessoais e etiquetas escondidas no produto são fatores que fazem os clientes da geração 6.0 deixar de frequentar uma loja.
Quem tem aproveitado bem os negócios provenientes deste público é o mercado de bairro Quinta Esquina, em Porto Alegre (RS). Em operação há quase 60 anos, o proprietário da operação, e neto do fundador, Aroldo Manzini, diz que mais de 50% dos consumidores têm mais de 50 anos. "Temos a vantagem de estar no mesmo local há seis décadas, então temos clientes que vieram na inauguração." Entre as estratégias para ganhar o consumidor mais experiente, o executivo ressalta o acompanhamento da compra. "Esse consumidor não gosta de ser enganado, então não adianta inventar promoção que não existe", brinca. Além disso, ele disponibiliza ajudantes da empresa para acompanharem o cliente até em casa, quando a compra está muito pesada.
Interação digital
Se engana quem pensa que a geração mais experiente da população está à margem das vendas virtuais. Outro estudo da Officina Sophia Retail constatou que um grande número de consumidores com mais de 60 anos têm hábitos de compra e uso digitais. De acordo com a pesquisa, 91% dos entrevistados afirmaram já realizarem compras pela internet, com 74% pretendendo realizar compras pelo e-commerce nos próximos meses. Além disso, 7 em cada 10 consumidores dessa faixa etária já fazem o uso da web para pesquisar preços de produtos.
Para o público masculino, os itens mais comprados on-line são de eletroeletrônicos/eletrodomésticos, viagens, e artigos esportivos, entre as mulheres, roupas / sapatos / bolsas, livros/DVDs / CDs, e farmácia.
DCI
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