sexta-feira, 26 de agosto, 2016

Apple vai gerar energia limpa para iluminar suas lojas

A seguinte frase está estampada na frente de uma unidade da Apple Store, uma caixa de vidro que fica entre um restaurante tailandês e uma farmácia na região central de Palo Alto, na Califórnia: “Essa loja funciona a partir de energia renovável.” Se os planos da Apple derem certo, a empresa poderá dizer exatamente o mesmo de sua operação não apenas na Califórnia, mas em todos os Estados Unidos. Com uma nova iniciativa, a empresa está tentando suprir sua demanda por eletricidade a partir de energia limpa, como a solar, a eólica e a hidrelétrica. Assim como outras grandes empresas fizeram no passado, como o gigante do varejo Walmart e o buscador Google, a Apple conseguiu uma autorização federal para criar sua subsidiária de energia, que transformá- la em uma fornecedora de energia no atacado nos EUA. Na prática, a Apple está criando sua própria empresa de fornecimento de energia limpa – embora o principal cliente do negó- cio seja a própria empresa. A redução de custos, assim como a sustentabilidade, estão entre as principais motivações da Apple. Como geradora, ela poderá reduzir seu custo da energia elétrica, que alcançou a marca de 831 milhões de quilowatts/hora no último ano fiscal – quantidade suficiente para manter mais de 76 mil casas pelo período de um ano. Ao mesmo tempo, a Apple tenta reduzir as emissões de dióxido de carbono da produção de energia elétrica, que contribuem com o aquecimento global. Em uma operação arrojada, a Apple contratou a empresa First Solar para suprir pouco menos da metade de sua demanda por eletricidade até o fim deste ano. Ela será produzida na planta de energia solar Califórnia Flats, que está em construção. Os termos do acordo determinam que a Apple vai pagar US$ 848 milhões pela eletricidade ao longo de 25 anos. Além disso, a empresa receberá a planta ao prazo final do acordo. Trata-se de um dos maiores contratos de energia limpa já firmados no mundo. “Essa é uma outra forma inovadora para conseguir eletricidade sem depender do sistema elétrico da Califórnia, que inclui o uso de combustíveis fósseis”, disse a executiva responsável pelas políticas de sustentabilidade da Apple, Lisa Jackson. Embora a maior parte da fabricação dos produtos da Apple aconteça em outros países, a empresa tem alta demanda de energia nos EUA. Além de sua sede, que fica em Cupertino, na Califórnia, a fabricante precisa manter iluminadas 270 lojas no país. Mas a maior parte da demanda de energia é gerada pela sua operação na nuvem – o centro de sua venda de aplicativos, música, vídeos e livros para usuários de iPhone, iPad e computadores da linha Mac. O anúncio da Apple ocorreu em um momento em que o preço de energias renováveis continua a cair. Ao assinar um contrato de longo prazo, a empresa se protege do pagamento de taxas elevadas do setor de energia. A Apple não revela a economia exata que terá a partir de agora, mas espera deixar de gastar centenas de milhões de dólares nos próximos anos.

Estratégia ajuda a reduzir os custos das companhias
O gigante das buscas Google recebeu autorização da Comissão Federal de Regulação da Energia do governo norte-americano em 2010, quando se tornou também um fornecedor de energia no atacado. A empresa é uma grande defensora do modelo que a Apple está adotando agora. “Ao operar qualquer tipo de negó- cio, é muito importante conseguir prever seus custos”, afirmou o diretor de operações de energia para data centers do Google, Gary Demasi. “A energia renovável, da perspectiva de custo, é atualmente competitiva com qualquer outra forma de energia, muito mais do que era anos atrás.” Nos Estados Unidos, a capacidade de geração de projetos corporativos de energia renovável mais que dobrou desde 2013, de acordo com o Centro de Negócios Renováveis do Instituto Rocky Mountain, que monitora acordos públicos nessa área. Em 2015, 11 companhias fecharam projetos que incluíram a geração de 3,23 gigawatts de energia – equivalente ao volume produzido por cinco usinas de carvão. O valor representa crescimento expressivo em relação a 2014, quando os acordos geraram 1,18 gigawatts de energia.
O Estado de S. Paulo
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