sexta-feira, 02 de dezembro, 2016

Volkswagen investirá R$ 1,5 bilhão no Brasil

São Paulo - Mesmo com 75% de ociosidade e amargando o segundo ano de prejuízo consecutivo, a MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen, anunciou onte, um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão para os próximos cinco anos no Brasil.
Segundo a companhia, o montante será aplicado principalmente no desenvolvimento de novos produtos. "Estamos com planos muito ambiciosos, por isso estamos investindo mais do que nos programas anteriores", disse nesta quinta-feira (01) o presidente da MAN no Brasil, Roberto Cortes.
Nos últimos quatro ciclos de investimentos, a MAN aportou R$ 1 bilhão em cada um. "Estamos convencidos de que o mercado brasileiro vai reagir", ponderou o CEO global da holding de veículos comerciais da Volkswagen, Andreas Renschler, que veio ao País para o anúncio e se encontrou, juntamente com outros executivos da empresa, com o presidente Michel Temer na manhã de ontem.
Apesar do aporte parecer insensato em um cenário de profunda recessão e de expectativa de retomada extremamente lenta da economia, a montadora garante que todos os sinais indicam que o Brasil vai voltar a crescer.
"Com a aprovação do corte de gastos e os programas de concessões e privatizações, acreditamos que em 2017 o País deva voltar a apresentar crescimento", avalia Cortes. "Já para o ano seguinte, conseguimos enxergar uma melhora do nível de empregabilidade", acrescenta.
Mas enquanto a retomada não vem, o caminho ainda será árduo para as montadoras de caminhões, que estão utilizando apenas 25% da sua capacidade instalada no País, de aproximadamente 400 mil unidades, estima a MAN.
Projeções
Em 2016, a montadora projeta um mercado de 59 mil caminhões e ônibus, queda aproximada de 30% sobre o ano passado. Para 2017 a previsão é de crescimento de "dois dígitos" - mais próximo de 10% - para o segmento, o que segundo Cortes, é insuficiente para acabar com o drama da indústria.
"Neste ano, o mercado de caminhões voltará ao século passado", destaca ele. De acordo com projeções da MAN, as vendas internas devem retornar, neste ano, ao patamar de 1999, quando foram vendidas 61 mil unidades no País.
Cortes ressaltou, porém, que a montadora vem se ajustando desde 2012, quando o mercado começou a dar sinais de desaceleração. A MAN possui uma planta em Resende (RJ). "A nossa estrutura já está ajustada a nova realidade do País".
Ele confirmou que a MAN acaba de negociar a renovação, por mais um ano, do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para os funcionários de Resende. "Estamos confiantes que o mercado voltará a crescer, ainda que lentamente."
O executivo conta que, atualmente, a fábrica exporta de 15% a 20% da produção, principalmente aos países da América Latina. A meta, contudo, é elevar essa fatia para até 35% em três anos. "Vamos buscar abrir novos mercados, como norte da África e Oriente Médio", salienta.
Cortes revela que no encontro com Temer três pontos básicos foram discutidos: o programa de renovação da frota, mais linhas de crédito para exportação e a ampliação para 100% do montante financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no âmbito do Finame.
DCI - 02/12/2016
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