sexta-feira, 25 de setembro, 2015

Volta de taxa e dólar esfriam venda de celular

(Texto atualizado em 24/09, às 16h02, para correção de informação: Leandro Ramosa é o CEO da loja virtual KaBum, e não Leonardo, como informado anteriormente. Segue abaixo a íntegra corrigida)
São Paulo - O fim da desoneração fiscal para smartphones a partir do dia 1º de dezembro frustrou os varejistas. Somado a isso, a alta do dólar pode fazer com que as vendas tenham queda superior a 8% e que o Natal fique ainda mais desacelerado.
"Eles poderiam fazer isso a qualquer momento e escolheram dezembro, justamente o Natal, para isso foi muito decepcionante", afirmou o CEO da loja virtual KaBum, Leandro Ramos. Segundo o empresário, outro agravante na finalização do benefício concedido - que tirou quase 10% de tributos dos aparelhos de até R$ 1.500 e produzidos no País - será durante o Black Friday. "O evento ocorre na sexta-feira, mas estendemos por todo o fim de semana. A nossa dúvida está nas vendas via boleto, uma vez que a compensação bancária dos títulos será após o dia 1º." Ramos afirmou estar sem saber como proceder. "Vamos vender com o valor com os impostos ou sem?", questionou o empresário já que no KaBum, cerca de 40% das vendas da loja virtual são realizadas via boleto bancário.
Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Mauricio Salvador, a maioria dos pedidos para o Black Friday já foram feitos, logo, o preço para a data deve vir sem o aumento do tributo. "O que mais tem preocupado o e-commerce foi a decisão dos bancos de cobrar os boletos emitidos, mesmo que eles não tenham sido quitados. Isso vai trazer custo ao varejista".
O especialista em comércio eletrônico ressaltou os efeitos negativos do aumento da tributação pode trazer, ainda mais no Natal. "É uma categoria com grande procura no período e teremos queda nas vendas com a taxa", concluiu Salvador ao DCI.
Oportunidade
Segundo o especialista em varejo da Kawahara Takano, Julio Takano, há um esforço de entidades setoriais na tentativa de sensibilizar o governo para postergar o fim da desoneração. "Eles estão tentando mostrar ao governo a importância do setor na economia e o quanto o aumento no preço dos produtos será danoso ao Natal", afirmou.
Mas, como a probabilidade do governo recuar é pequena, Takano reforçou a necessidade de ações estratégias para minimizar os efeitos do aumento da tributação. "O repasse não pode ser integral, assim como o varejo não pode absorver a alta sozinho. Agora é o momento de renegociar os contratos com os fornecedores e enxergar as oportunidades que a crise trás", argumentou.
Para ele, o Black Friday pode ser a chance do varejista de vender mais aparelhos, basta sinalizar de forma efetiva ao consumidor que essa pode ser a última chance de comprar aparelhos com redução de tributos. "Eles podem apelar para a venda de oportunidade. Mostrar o quanto o produto vai ficar mais caro e fazer desse Black Friday o melhor dos últimos três anos", explicou.
DCI
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