sexta-feira, 04 de setembro, 2015

Segmento de bens duráveis do País reverte queda

De acordo com a pesquisa industrial divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografira e Estatística (IBGE), a única categoria que obteve resultado positivo foi a de bens de consumo duráveis (9,6%), após acumular perda de 25,2% entre outubro de 2014 e junho de 2015.
Bens de consumo durável teve junho marcado por férias coletivas, reduções de jornada de trabalho, paralisações, não só de automóveis, mas também eletrodomésticos. Ficou bem caracterizado um junho de intensidade bem menor. Há uma volta natural no mês de julho. Esse 9,6% não elimina a perda do mês anterior (-10% em junho) como também não tira parte da queda acumulada há nove meses (-25,2%).
Entre os 24 ramos pesquisados, 14 registraram variação negativa frente a junho. A principal retração foi de produtos alimentícios (-6,2%) ante crescimento de 4,3% em junho. A produção de bebidas (-6,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%) e a indústria extrativa (-1,5%) também colaboraram para o resultado negativo.
Além deles, o setor de produtos de madeira (-7,6%), de borracha e plástico (-2,2%) e produtos diversos (-5,5%) também registraram taxas negativas expressivas.
Nos dez ramos que cresceram no mês de referência, o melhor desempenho foi registrado por máquinas e equipamentos - um indicador do nível de investimento no País -, com alta de 6,5%, após cinco meses seguidos de taxas negativas que representam perdas de 11,9% no período.
Outros impactos positivos foram registrados no setor de veículos automotores (1,4%), que cresce após acumular queda de 24,4% entre outubro de 2014 e junho de 2015, e equipamentos de informática e produtos eletrônicos (3,2%), o primeiro resultado positivo desde janeiro deste ano, o que representa perda acumulada de 28,2%.
Já a queda de 8,9% frente a julho do ano passado representa o resultado negativo em 23 dos 26 ramos e em 72 dos 79 grupos analisados. Com isso, 69,9% dos 805 produtos pesquisados tiveram retração.
Apesar da expansão na comparação mensal, os veículos automores recuaram 19,1%, a maior queda nessa relação. Isso foi reflexo da redução da produção de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, automóveis e autopeças.
Alimentos - Os produtos alimentícios (-7,2%) também tiveram perda expressiva nessa base de comparação, com redução da produção de açúcar cristal, refinado de cana, sucos concentrados de laranja, carnes de boi congeladas, frescas ou refrigeradas, bombons e chocolates, biscoitos e leite em pó.
Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-34,8%) também tiveram peso na taxa negativa com relação a julho de 2014, bem como produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,2%), máquinas e equipamentos (-15,1%), produtos de metal (-13%), máquinas, aparelhos e mateirais elétricos (-15,7%), produtos químicos (-6,4%).
O resultado ruim para a indústria já tem sido observado em outras pesquisas do IBGE. Na última sexta-feira, o instituto anunciou a retração de 1,9% do PIB no segundo trimestre de 2015. Segundo os dados, a indústria contraiu 4,3% em relação ao primeiro trimestre, a pior desde o primeiro trimestre de 2009, quando encolheu 5,9%.
Na comparação com o segundo trimestre de 2014, o setor industrial registrou variação negativa de 5,2%. Nesta relação, a indústria da transformação e a construção civil responderam por quedas de 8,3% e 8,2%, respectivamente. Já a produção de energia e distribuição de eletricidade, gás e água caiu: 4,7%, recuo puxado pelo redução do consumo de energia, tanto residencial como não-residencial, e o uso mais intensivo das usinas termelétricas, cujo preço mais alto impacta negativamente no PIB.
Jornal Diário do Comércio - MG
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