quinta-feira, 12 de março, 2015

Brasil é o quarto maior mercado para produtos saudáveis

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a agricultura brasileira é, há sete anos, a maior consumidora de agrotóxicos do mundo. Por outro lado – e há aqui uma grande ironia – o mercado brasileiro de produtos industrializados orgânicos, fabricados com ingredientes que não tiveram contato com agrotóxicos sintéticos e adubos químicos, além de outras características, como o uso de sementes que não são geneticamente modificadas, cresce 25% ao ano desde 2009.
A média mundial é de apenas 6%, segundo a consultoria Euromonitor. Se levarmos em conta outros produtos considerados “saudáveis” – ou seja, com menos ou nada de açúcar, sal e gordura, e mais fibras, vitaminas e nutrientes, a expansão também é impressionante.
Enquanto as vendas de alimentos e bebidas tradicionais cresceram 67% nos últimos cinco anos no país, as de saudáveis aumentaram 98% no mesmo período. É um mercado que movimenta 35 bilhões de dólares ao ano no Brasil. Em 2014, a cifra alçou o país de sexto a quarto maior do mundo, superando Reino Unido e Alemanha.
Alguns fatores ajudam a entender o que está por trás dessa tendência. “Os brasileiros se mostram bem mais preocupados com a saúde que a média global”, diz Adriano Araújo, diretor geral da operação brasileira da Dunnhumby, empresa de pesquisa do grupo varejista britânico Tesco.
Num levantamento recente com 18 000 pessoas de 18 países, 79% dos brasileiros disseram que saúde e nutrição são prioridade em sua vida. Esse patamar não passa de 55% no Reino Unido e de 66% nos Estados Unidos. Há que interpretar esses números, porém, com certo ceticismo. Pode existir nas pesquisas uma dissonância entre o que as pessoas declaram e o que, de fato, praticam.
A despeito de tanta disposição em cuidar da saúde, os brasileiros, assim como o resto do mundo, estão ficando obesos. O Ministério da Saúde revelou, em 2013, que 51% da população do país estão acima do peso – em 2006, a taxa era de 43%.
Feita essa ressalva, é inegável que haja um prato cheio de oportunidades no mercado de produtos saudáveis a ser explorado por empresas, supermercadistas e investidores.
O varejo, por exemplo, vem abrindo espaço – e muito – para a expansão de marcas com apelo de saúde. Nas lojas do Walmart esses produtos crescem a uma taxa três vezes maior que a dos demais itens desde 2013. Por isso, a rede ampliou 10% o sortimento dessa categoria de lá para cá.
No maior supermercadista do país, o Pão de Açúcar, o espaço destinado a acomodar orgânicos quadruplicou nos últimos três anos. Tudo isso para atender à crescente parcela de clientes dispostos a gastar mais por eles. A diferença de preço chega a variar de 20% a 80% entre uma opção e outra.
Mas, segundo fabricantes e varejistas, essa distância já foi maior. Nos últimos anos, os valores caíram até 40%.
ABRE
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