quinta-feira, 31 de julho, 2014

Cielo aumenta lucro e diversifica suas receitas

SÃO PAULO - O lucro líquido da credenciadora Cielo cresceu 25,9% no segundo trimestre de 2014 para R$ 797 milhões, enquanto a receita operacional líquida avançou 13,6% para R$ 1,8 bilhão, em comparação ao mesmo período de 2013. Nos últimos doze meses fechados em junho último, a empresa diversificou seu faturamento e cresceu principalmente na área de descontos de recebíveis, cuja receita líquida aumentou 52,4% para o montante de R$ 218,1 milhões no segundo trimestre de 2014.
"Nossa companhia possui uma dinâmica própria e se beneficia da substituição do cheque e do dinheiro pelo cartão e da inserção em outras regiões do Brasil", respondeu o presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, ao ser questionado ontem sobre o atual cenário de desaceleração da atividade econômica no Brasil.
Mesmo com o resultado, as ações da Cielo registraram a maior queda na Bolsa ontem, recuando 4,74% a R$ 42,15. A expectativa anterior dos analistas era que a Cielo apresentasse uma receita de R$ 1,947 bilhão e um Ebitda [lucro antes de impostos, taxas, depreciação e amortização] de R$ 1,199 bilhão.
O Ebitda [também chamado de geração de caixa] da credenciadora ficou em R$ 956 milhões no segundo trimestre de 2014, um aumento de 9,3% na comparação anual, mas bem abaixo da expectativa mínima do mercado que era de aumento de 20%.
No segundo trimestre de 2014, o volume financeiro das transações capturado por máquinas (POS) da Cielo alcançou R$ 125,338 bilhões, um crescimento de 17,9% em comparação ao montante de R$ 106,284 bilhões em igual período de 2013.
Mas em termos de evolução do volume financeiro, Dias argumentou que os números apresentados no atual balanço são mais parecidos com o comportamento de 2012, quando houve desaceleração do crescimento.
A evolução do crescimento do volume financeiro das transações desacelerou de 22,5% no primeiro trimestre de 2014 para 17,9% no segundo trimestre de 2014. "A tendência da curva mostra um comportamento parecido com o ano de 2012", argumentou o presidente da Cielo.
No detalhe, os cartões de crédito apresentaram volume financeiro 13% maior para R$ 75,979 bilhões, e os cartões de débito exibiram avanço de 26,4% para o volume de R$ 49,359 bilhões nas transações capturadas.
"A inadimplência de um modo geral nos bancos caiu. Nós notamos que o débito tem sido mais utilizado e, de certa forma, substituiu um pouco o parcelado lojista. Os clientes estão utilizando mais as funções débito e crédito do que a função parcelado lojista, em que poderiam dividir as compras dos consumidores em até 12 vezes", explicou Dias sobre o comportamento dos clientes no atual cenário econômico.
Entre os destaques do balanço, a receita bruta em antecipação de recebíveis mostrou evolução anual de 63,8% para R$ 439,1 milhões no segundo trimestre de 2014, ante a receita bruta de R$ 268,1 milhões em igual período de 2013.
Na comparação com os R$ 410,2 milhões registrados no primeiro trimestre de 2014, a receita bruta com antecipação de recebíveis mostrou evolução trimestral de 7%.
Nessa mesma base, a receita líquida com antecipação de recebíveis exibiu evolução trimestral de 14,2% ante os R$ 191 milhões registrados nos primeiros três meses de 2014. "A antecipação de recebíveis é uma facilidade muito grande para o pequeno lojista, ele pode fazer a operação na própria máquina e comparar os preços das diferentes instituições financeiras. O ticket médio é de R$ 3 mil, mas há tickets bem pequenos", afirmou Dias.
O presidente explicou que os lojistas podem conseguir taxas melhores de antecipação de recebíveis com instituições financeiras ao solicitar tickets maiores, mas que o pequeno lojista também consegue antecipar valores menores no mercado. A base de lojistas ativos cresceu 11,3% em doze meses para 1,473 milhão, enquanto o número de máquinas (POS) instaladas subiu 9% para 1,899 milhão ao final de junho.
Números do balanço
As despesas operacionais aumentaram R$ 49,8 milhões, ou 21,1%, para R$ 285,2 no segundo trimestre de 2014, quando comparadas a igual período de 2013. Nessa base de comparação, as despesas de pessoal apresentaram um aumento de 34,3%, ou R$ 22,4 milhões, para R$ 87,6 milhões ao final de junho último.
"Essa variação decorre principalmente do aumento do quadro de funcionários da equipe de projetos estratégicos e de relacionamento com bancos e do reajuste nos salários definido pelo acordo com o sindicato", diz o texto.
Na linha de investimentos, a empresa pretende atingir R$ 500 milhões no exercício de 2014. "Continuaremos investindo na estratégia de diferenciação por meio de nosso posicionamento multisserviço, multibandeira e multicanal. Estamos em todos os canais para atender as diversas demandas e necessidades dos nossos clientes. Um exemplo é o Cielo Mobile, nosso produto voltado para o profissional autônomo e empreendedores individuais. Já estamos com quase 200 mil clientes nessa solução e iniciamos ontem uma campanha de mídia em todo o Brasil destacando as vantagens do Cielo Mobile", afirmou Rômulo Dias.
Entre os demais dados do balanço, o resultado financeiro totalizou R$ 325,7 milhões no segundo trimestre de 2014, um aumento de 74,5% em relação ao mesmo período do ano passado quando obteve R$ 186,6 milhões.
No segundo trimestre de 2014, as receitas financeiras diminuíram R$ 1 milhão, ou 22,1%, para R$ 3,6 milhões, em decorrência da variação do saldo médio das aplicações financeiras. Ao mesmo tempo, as despesas financeiras aumentaram R$ 37 milhões, ou 57,9%, para R$ 100,9 milhões. "Essa variação decorre principalmente em função dos juros provenientes do aumento da operação de antecipação de recebíveis com emissores", diz a empresa.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 31/07/2014
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